Trabalhadores da construção começaram a remover o mural da Black Lives Matter Plaza em Washington nesta segunda-feira (10), após a prefeita Muriel Bowser prometer redesenhar a praça em resposta às ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de interferir na gestão e em meio a uma ofensiva de republicanos para cortar o financiamento de transporte da cidade.
Com coletes refletivos e capacetes, os operários perfuraram o trecho de duas quadras de pedestres com letras amarelas pintadas que formavam a frase “Black Lives Matter” (Vidas Negras Importam) no centro de Washington, ao norte da Casa Branca.
A arte foi pintada em 2020, durante os protestos por justiça racial nos EUA, numa praça que também recebeu a alcunha de Black Lives Matter e se tornou um dos pontos turísticos e símbolo de resistência da capital.
Bowser havia ordenado a criação da Black Lives Matter Plaza após o assassinato de George Floyd, um homem negro que morreu depois que um policial branco se ajoelhou em seu pescoço por vários minutos. A praça tornou-se um epicentro de tais manifestações.
A prefeita havia anunciado, nas redes sociais, a repintura da praça como parte de um projeto para celebrar os 250 anos da capital, comemorados no ano que vem.
Disse ainda que a praça não pode ser um motivo para o que chamou de distrações, em aparente referência às tentativas de Trump de gerir a cidade e de investidas de republicanos de interferir no Distrito de Colúmbia.
No dia 3, o deputado Andrew Clyde, republicano da Geórgia, apresentou um projeto de lei exigindo que Washington repintasse e trocasse o nome da praça sob pena de perder um financiamento milionário em transporte.
O anúncio de que o Black Lives Matter seria removido ocorreu no dia seguinte. “O mural inspirou milhões de pessoas e ajudou nossa cidade a passar por um período muito doloroso, mas agora não podemos nos dar ao luxo de sermos distraídos por interferências congressionais sem sentido”, escreveu Bowser nas redes sociais. “Os impactos devastadores dos cortes de empregos federais devem ser nossa principal preocupação.”
noticia por : UOL
