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Cuiaba - MT / 5 de fevereiro de 2025 - 3:45

Trump ameaça roubar Gaza de palestinos, liberando China para invadir Taiwan

O que ele fez vai além do campo da bravata para gerar manchetes a fim de encobrir o fato de que não conseguirá melhorar a vida dos trabalhadores dos Estados Unidos no curto prazo ou mesmo para pressionar o Hamas a aceitar termos de rendição ao final do atual acordo de cessar-fogo.

Tampouco é uma solução salomônica do tipo “se vocês não conseguem chegar a um acordo, eu acabo com a brincadeira de vocês”. Até porque a alternativa estúpida atropela décadas de negociação para uma solução duradoura que respeite a existência do Estado de Israel e crie um Estado da Palestina independente. Não aponta para o fim do conflito, pelo contrário: a intervenção direta vai fazer com que jihadistas pelo mundo gritem “eu avisei” e armem-se até os dentes.

As consequências de suas declarações vão muito além do Oriente Médio. Se uma superpotência pode chegar e avisar que pretende tomar um território que não é seu à revelia do povo que lá habita, como os Estados Unidos vão reclamar quando a China invadir Taiwan? Também são uma forma de chancelar a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Na semana passada, Trump já havia trazido a ideia de jerico à tona quando defendeu “limpar a coisa toda”, provocando orgasmos na ultradireita religiosa israelense e indignação do Egito e da Jordânia (que receberiam, à força, os quase dois milhões de refugiados), além de organismos internacionais e países cujos governos ainda mantém o bom senso.

“Eu não acho que as pessoas [os palestinos] deveriam voltar para Gaza”, disse Trump. “Ouvi dizer que Gaza tem sido muito azarado para eles. Eles vivem como um inferno. Eles vivem como se estivessem vivendo no inferno. Gaza não é um lugar para as pessoas viverem, e a única razão pela qual elas querem voltar, e eu acredito fortemente nisso, é porque elas não têm alternativa.” A questão é que o inferno foi criado pela invasão de seu aliado, Israel, após o 7 de outubro de 2023.

Naquele dia, um ataque terrorista do Hamas matou 1.139 pessoas em Israel, segundo dados do governo Netanyahu. Além de mais de 200 foram feitas reféns, que começaram a ser trocados por prisioneiros palestinos no cessar-fogo. A reação do governo de Israel foi no sentido de um genocídio, matando 61,7 mil pessoas, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza controlado pelo Hamas.

noticia por : UOL

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Cuiaba - MT / 5 de fevereiro de 2025 - 3:45

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