O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou estar preparando uma reunião com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para dar um fim à Guerra na Ucrânia.
“Ele quer que nos encontremos, e estamos no processo de organizar isso”, disse ele nesta quinta-feira (9), antes de uma reunião com governadores de seu Partido Republicano em seu resort em Mar-a-Lago, na Flórida. “Temos que acabar com essa guerra, que é um verdadeiro banho de sangue”, acrescentou.
O republicano, que assume o seu segundo mandato na Casa Branca no próximo dia 20, prometeu durante a campanha acabar com o conflito no Leste Europeu “24 horas” após eleito.
Muitos temem, no entanto, que para isso Trump obrigue Kiev a fazer grandes concessões territoriais, na prática declarando Moscou vencedora dos enfrentamentos.
Apresentados em junho passado, os termos de Putin para o fim da guerra incluíam a renúncia total de Volodimir Zelenski às quatro regiões ucranianas anexadas ilegalmente pela Rússia e a desistência do país invadido em aderir à Otan, a aliança militar ocidental.
Os EUA foram até aqui os maiores apoiadores da Ucrânia desde a sua invasão, em fevereiro de 2022. Segundo o Instituto da Economia Mundial de Kiel, que rastreia doações militares, financeiras e humanitárias para os ucranianos desde o início do conflito, o governo Joe Biden já enviou R$ 550 bilhões para o país, sendo cerca de R$ 370 bilhões só em ajuda militar.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, saudou a disposição do americano para se reunir com Putin nesta sexta-feira (10). Segundo ele, os únicos requisitos necessários para um encontro seria “um desejo mútuo e a vontade política de conduzir um diálogo e resolver problemas existentes por meio deles” —Putin já tinha expressado abertura para estar com o republicano no mês passado, durante sua sessão anual de perguntas e respostas transmitida pela televisão.
O representante acrescentou que ainda não havia planos específicos para uma reunião, mas disse que “aparentemente, depois que Trump entrar no Salão Oval, haverá algum movimento”.
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Peskov ainda criticou Biden, que na semana que vem inicia sua última semana na Presidência. Sua “administração certamente tentará deixar o legado mais oneroso em termos de relações bilaterais para o próximo governo”, disse.
Enquanto isso, uma visita de um enviado de Trump à Ucrânia programada para os próximos dias foi adiada. A ida do general da reserva Keith Kellogg, um dos conselheiros de segurança nacional do republicano, agora acontecerá depois da posse, disse a chancelaria ucraniana, esclarecendo que a remarcação foi motivada por questões legais, não políticas.
noticia por : UOL