A tragédia causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul fez os gaúchos engrossarem a fila dos superendividados, cujas dívidas fugiram do controle a ponto de não terem mais como arcar com despesas básicas.
Os dados da Ibratan, empresa especializada em análise de crédito, mostram que o estado respondeu por 17 mil cobranças judiciais, 54% do total registrado no país (31.171). São Paulo e Rio de Janeiro aparecem na sequência.
O volume de processos de cobranças por credores dobrou no país no ano passado na comparação com 2023 e, segundo a Ibratan, a maior parte desses endividados possui dívidas ativas em pelo menos três setores diferentes, como bancos, varejo e serviços essenciais.
Esse movimento ocorre mesmo com a implementação da Lei do Superendividamento, que busca estimular a conciliação por meio de um dispositivo que permite ao devedor pedir audiência conciliatória com todos os seus credores para apresentar um plano de pagamento das dívidas, uma espécie de recuperação judicial da pessoa física.
A lei, porém, não ajuda muito. Em 2021, quando foi implementada, foram contabilizadas 385 ações judiciais. Em 2022, já eram 2.695, volume cinco vezes maior.
Segundo a Ibratan, os dados reforçam a importância de uma discussão ampliada sobre educação financeira no Brasil como forma preventiva.
Com Stéfanie Rigamonti
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noticia por : UOL
