Votar o projeto da anistia parece ser um ponto de honra inflexível para Sóstenes. Não custa lembrar que o deputado foi obrigado a aceitar a derrota na proposição do seu projeto PL 1904/2024, conhecido como “PL do estupro”.
No projeto, Sóstenes defendia a equiparação do aborto após as 22 semanas ao crime de homicídio, o que, na prática, defendia o encarceramento das mulheres que abortavam.
Sem apoio nem mesmo no seu próprio nicho —as mulheres evangélicas—, além da forte reação da sociedade civil, Sóstenes foi obrigado a recuar. E o fez, após passar semanas se recusando a rever o projeto, debochando das manifestações contrárias e acreditando piamente que o texto tinha a anuência da maioria da população. Não tinha.
Agora, Sóstenes investe tudo no projeto da anistia. É ele a “grande liderança” que disse “hoje aqui na Câmara, ninguém vai fazer nada”, como se fosse a frase mais normal do mundo para ser dita num parlamento.
Num país com tantos desafios e tantas propostas importantes e urgentes de interesse nacional, o deputado Sóstenes Cavalcante achou uma ótima ideia liderar seus colegas de partido, e a oposição, a simplesmente ignorar essas questões centrais para impor o que ele e o seu grupo acham importante.
A derrota iminente de Sóstenes não é apenas a sua derrota. Junto, ela está a levar consigo a derrota do seu padrinho político, o pastor Silas Malafaia.
noticia por : UOL