Anúncio

Cuiaba - MT / 8 de junho de 2025 - 19:13

Soldados da Guarda Nacional chegam a Los Angeles em meio a tensão de protestos

Os 2.000 soldados da Guarda Nacional enviados pelo governo de Donald Trump começaram a chegar a Los Angeles neste domingo (8) para conter os protestos contra as operações anti-imigração na cidade.

Trump fez uso de sua prerrogativa e assumiu o controle das forças de segurança do estado da Califórnia para mobilizar soldados na segunda maior cidade do país —uma medida inédita nas últimas décadas e considerada “deliberadamente provocadora” pelo governador Gavin Newsom, do Partido Democrata.

Soldados com capacetes, armas automáticas e veículos camuflados foram vistos no bairro de Compton, em Los Angeles, nas primeiras horas do domingo, como precaução diante de novas manifestações. Uma “mobilização massiva” contra as batidas migratórias foi convocada em frente à prefeitura durante a tarde (18h no horário de Brasília).

Nos últimos dois dias, agentes federais lançaram bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo contra uma multidão que protestava contra a prisão de dezenas de migrantes em uma cidade com forte presença latina.

Além de Trump, outros membros do Partido Republicano ignoraram os alertas de governador Newsom e de outros líderes democratas locais de que a repressão poderia agravar as tensões.

“Não estou nem um pouco preocupado”, disse o presidente republicano da Câmara, Mike Johnson, ao programa “This Week”, da ABC, ao ser questionado sobre o tema. Ele afirmou que Newsom “demonstrou incapacidade ou falta de vontade, o que motivou a intervenção do presidente”.

Johnson também apoiou a possibilidade de acionar fuzileiros navais da ativa, além da Guarda Nacional — hipótese cogitada no sábado pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth. “Precisamos estar preparados para fazer o que for necessário”, argumentou.

Segundo o governador da Califórnia, as autoridades federais “querem um espetáculo”. “Não deem isso a eles. Nunca usem violência. Falem pacificamente”, escreveu Newsom no X ainda na noite de sábado, chamando de insana a ameaça feita por Hegseth.

Um fotógrafo da agência de notícias AFP registrou incêndios e fogos de artifício iluminando as ruas durante os confrontos, enquanto um manifestante com uma bandeira do México posava diante de um carro incendiado com um slogan contra o ICE, o serviço de imigração dos EUA, responsável pelas operações.

A Guarda Nacional é uma força militar de reserva geralmente acionada em emergências como desastres naturais e, ocasionalmente, em distúrbios civis —quase sempre com o aval das autoridades locais.

É a primeira vez desde 1965 que um presidente envia essa força sem o pedido de um governador estadual, afirmou Kenneth Roth, ex-diretor da ONG Human Rights Watch, acusando Trump de “criar um espetáculo para continuar suas batidas migratórias”.

A secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, cuja pasta é responsável pelo ICE, defendeu a decisão do presidente e disse que a Guarda Nacional está “especialmente treinada para esse tipo de situação com grandes multidões”.

Trump tem cumprido sua promessa de reprimir com rigor a entrada e permanência de imigrantes em situação irregular no país, aos quais já comparou a monstros e animais.

As operações do ICE em outras cidades americanas provocaram protestos nos últimos meses, mas os distúrbios em Los Angeles são os maiores e mais duradouros contra as políticas do governo Trump até agora.

noticia por : UOL

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram
Anúncio

Cuiaba - MT / 8 de junho de 2025 - 19:13

LEIA MAIS

Anúncio