O Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR) vai realizar no dia 24 de junho uma audiência pública, etapa que antecede a licitação, a respeito da obra de restauração em concreto e ampliação da capacidade da PRC-466. Em andamento na região central do estado, esta etapa marca a entrada da obra de revitalização no Vale do Ivaí em um trecho de quase 52 quilômetros que inclui terceiras faixas, quase 16 km de duplicação, novos acessos e outras melhorias.
A obra vai desde a localidade de Porto Ubá, em Lidianópolis, até o acesso à subestação de Furnas, em Manoel Ribas, passando por Jardim Alegre e Ivaiporã em uma extensão total de 51,86 quilômetros. Um dos diferenciais do projeto é que ele utiliza a técnica whitetopping em todo o trecho, em que o pavimento asfáltico existente passa por melhorias e é aproveitado como base para a execução de placas de pavimento rígido de concreto, que tem maior durabilidade.
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O projeto que está em análise inclui soluções para problemas muito discutidos nos últimos anos, como o alargamento da ponte sobre o Rio Ivaí em Lidianópolis, instalação de viadutos nos acessos aos municípios e a duplicação da rodovia no trecho entre Jardim Alegre e Ivaiporã, onde o tráfego de veículos é maior e, por consequência, está entre os pontos da rodovia com maior índice de acidentes.
O aumento da capacidade de tráfego da PR-466 é uma bandeira antiga dos municípios do Vale. A rodovia desempenha um importante papel no fluxo regional, conectando áreas de grande movimentação. A rodovia é a principal ligação da região com o sul do estado, sendo usada para escoamento de produtos agrícolas e transporte de carga pesada até a BR-376, um dos corredores de exportação do Paraná.
Para lideranças regionais, a melhoria da rodovia é apontada como um divisor de águas. Essa é a opinião do prefeito de Ivaiporã, Carlos Gil (PSD). Ele defende a reestruturação do trecho desde seu primeiro mandato como prefeito, atualmente ele está no terceiro. “A gente luta há muito tempo por essa obra. Essa é uma estrada feita em 1972, quando o tráfego era irrisório em comparação com o que temos agora, que nunca passou uma melhoria significativa”, comenta.
Para o prefeito, o ganho mais importante é em segurança. “O projeto prevê mudanças nos trevos de acesso, terceiras faixas, maior largura de acostamento, são centímetros a mais que podem salvar vidas”, comenta.
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De fato, a rodovia hoje recebe mais tráfego do que sua capacidade. O estudo apresentado pelo DER, com base em contagens de veículos realizadas em 2022, aponta que e a PR-466 recebe diariamente um volume médio diário de, em média, 2.822 veículos, que vai chegar a 8.802 veículos dentro de 30 anos.
Competitividade
A modernização da PR-466 também promete trazer mais competitividade e desenvolvimento para região. “De modo imediato, quando as obras começarem, tem a questão do emprego, do investimento aplicado que vai circular por aqui. A projeção é cerca de R$ 700 milhões”, comenta o prefeito de Ivaiporã, Carlos Gil. “Essa obra era tudo o que a região precisava, porque vai dar um upgrade na logística. É a integração com as principais rodovias do estado”, comenta.
O prefeito de Jardim Alegre, Moisés Santos (PSD), acrescenta que as melhorias em logística vão alavancar a instalação de empresas na região. “Jardim Alegre já vem crescendo sem a duplicação, mas com a melhoria da estrutura vamos avançar. Essa é uma obra muito esperada”, comenta.
Muito tráfego, pouco acostamento
Pista simples, acostamento quase inexistente em muitos trechos e muito tráfego, principalmente em período de safra de grãos. Com esse perfil, a PR-466 é considerada insegura por usuários e moradores da região.
Proprietário de uma oficina mecânica na beira da rodovia, em trecho próximo ao trevo de acesso de Jardim Alegre, Eduardo dos Santos Baldacin tem visto o fluxo de veículos aumentar de maneira proporcional aos acidentes. “Olha, a gente está aqui desde 2003. Já vi muito acidente na entrada desse posto, muita gente morreu aqui. É uma ótima coisa sair essa duplicação, porque o fluxo está muito grande”, comenta.
Eduardo destaca que apesar do trânsito ter aumentado, o perfil da rodovia piorou. “Hoje não tem terceiras faixas em toda a rodovia e também não tem acostamento, o acostamento praticamente acabou, né? Antigamente, quando nós começamos aqui, o acostamento era muito bom, mas hoje sumiu”, comenta.
O caminhoneiro Teofilo Cássio Bovo, também de Jardim Alegre, já perdeu amigos no trecho Ivaiporã/Jardim Alegre, que será duplicado. “Muito colega nosso perdeu a vida nesse trecho aqui de Lidianópolis e Jardim Alegre”, comenta. “A duplicação, com certeza, vai favorecer todos, né? Só não pode ser fazer obra com dinheiro público e depois privatizar, né?”,acrescenta.
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noticia por : UOL