Já parou para pensar por que o Papai Noel nunca se aposenta? Todo ano, ele repete o mesmo ritual: revisa a lista de crianças, organiza os presentes, coordena a fábrica de brinquedos e, na noite de Natal, atravessa o mundo em um trenó cheio. Mas será que ele não gostaria de um descanso merecido? Afinal, ninguém é imune ao desejo de aproveitar a vida com tranquilidade, nem mesmo o bom velhinho. A resposta para essa eterna rotina talvez seja mais próxima da nossa realidade do que imaginamos.
A verdade é que muitos de nós podemos acabar na mesma situação. Não, não estaremos distribuindo presentes em um trenó, mas trabalhando indefinidamente porque o planejamento financeiro ficou de lado em momentos cruciais. É fácil deixar o tempo passar enquanto nos concentramos apenas nas necessidades e prazeres imediatos, adiando decisões importantes sobre como poupar e investir para o futuro.
Agora, imagine o Papai Noel como uma metáfora para as escolhas financeiras que fazemos (ou deixamos de fazer). Sem um planejamento adequado, ele talvez tenha gastado todas as economias da fábrica de brinquedos em renas automatizadas de última geração ou em reformas desnecessárias no Polo Norte. Quem sabe? A questão é que, sem um plano claro, ele precisou continuar trabalhando para sustentar sua operação natalina – algo que muitos de nós também enfrentamos ao não calcular quanto será necessário para viver com conforto na aposentadoria.
Os dados não deixam dúvidas. No Brasil, segundo a 7ª edição do “Raio X do Investidor Brasileiro”, pesquisa realizada pela ANBIMA em parceria com o Datafolha, menos de 20% da população não aposentada começou a fazer alguma reserva para a aposentadoria. E não significa que essa reserva seja suficiente para a maioria destes que já poupam algo. Assim, a maioria acaba contando com a aposentadoria pública, que, sozinha, é insuficiente para manter o padrão de vida para muitos.
Isso significa que, como o Papai Noel, muitos brasileiros continuam ativos mesmo quando gostariam de reduzir o ritmo. A diferença é que, para ele, trabalhar no Natal é uma escolha – para muitos de nós, pode acabar sendo uma necessidade.
Se Papai Noel pudesse deixar um conselho, talvez ele dissesse algo como: “Comece cedo e invista regularmente. Pequenas contribuições mensais crescem com o tempo, especialmente quando acompanhadas de juros compostos.” Na prática, esse é o maior presente que podemos dar a nós mesmos: um futuro onde o trabalho seja uma opção, e não uma obrigação. Enquanto renas voadoras podem ser um luxo exclusivo do bom velhinho, qualquer um pode construir uma independência financeira com disciplina e consistência.
E você? O que está fazendo para garantir que não precisará vestir o gorro vermelho e carregar sacos pesados para sempre? Ao invés de uma lista de presentes, que tal começar 2025 com uma lista de objetivos financeiros? Poupar, investir com regularidade e revisar periodicamente sua estratégia são atitudes que podem transformar sua realidade. O Natal pode até ser uma tradição anual, mas o conforto de uma aposentadoria bem planejada é um presente para todos os dias.
Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.
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noticia por : UOL