Segundo a PF, a investigação mostrou que Júnior Mano também participou do esquema de Bebeto. “A autoridade policial apresentou relatório indicando também a participação do deputado federal Junior Mano (…), o qual exercia papel central na manipulação dos pleitos eleitorais, tanto por meio da compra de votos, quanto pelo direcionamento de recursos públicos desviados de empresas controladas pelo grupo criminoso”, escreveu Flávio Vinícius Bastos, juiz da 3ª Zona Eleitoral de Fortaleza.
Parte dos recursos seria desviada de emendas, aponta a PF. “Ademais, apontou indícios de que o deputado estaria diretamente envolvido no desvio de recursos oriundos de emendas parlamentares, utilizados para alimentar o esquema e consolidar sua base de apoio político”, continuou o juiz em decisão de 19 de dezembro.
O deputado nega irregularidades. Júnior Mano disse à reportagem que “é vítima do uso indevido de seu nome e confia plenamente nos poderes constituídos para o reconhecimento de sua total inocência” (leia mais abaixo).
Emendas de Júnior Mano não precisam apresentar plano prévio. Levantamento do UOL mostra que quase a metade (45%) das emendas individuais do deputado, entre 2021 e 2024, foi na modalidade de transferências especiais, chamada de “emenda Pix“, quando não há necessidade de apresentação de um plano de trabalho prévio. Foram R$ 47 milhões dessa maneira, num total de R$ 104 milhões em emendas, de acordo com o Sistema Integrado de Orçamento e Planejamento (Siop).
Emendas viraram disputa entre STF e Congresso. As emendas parlamentares e operações anticorrupção da PF estão no foco da disputa entre o Supremo Tribunal Federal e o Congresso pela falta de transparência e rastreabilidade das verbas, muitas vezes ocultando seus “padrinhos”.
noticia por : UOL