Mais de 1.000 pessoas morreram em confrontos nas áreas em que vivem os alauítas no país — grupo minoritário do qual o próprio Assad faz parte —, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos Você pode ouvir O Assunto no g1, no GloboPlay, no Spotify, no Castbox, no Apple Podcasts, na Deezer, na Amazon Music, no Hello You ou na sua plataforma de áudio preferida. Assine ou siga O Assunto, para ser avisado sempre que tiver novo episódio.
Há três meses, a ditadura de Bashar al-Assad caiu após a ofensiva relâmpago de um grupo rebelde. Era o fim de um regime comandado por uma família que governou o país por seis décadas e de uma guerra civil que deixou centenas de milhares de mortos e milhões de refugiados. Assad foi derrubado pelo grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (conhecido pela sigla HTS), que deu início a um governo sunita, grupo étnico da maior parte da população síria.
Foram três meses de aparente calmaria até que, no fim da semana passada, um levante de apoiadores de Assad deu início a confrontos em duas cidades costeiras onde a maior parte da população é da mesma etnia da família do ex-ditador. A reação do governo estabelecido foi violenta: há denúncia de limpeza étnica e o Observatório Sírio para os Direitos Humanos fala em mais de 1.000 mortos, em sua maioria civis.
Para explicar a atual crise e suas raízes, Natuza Nery conversa com Danny Zahreddine, professor de Relações Internacionais da PUC-MG. Zahreddine, cuja família é de origem drusa, fala dos riscos de recrudescimento dos conflitos. “É um medo existencial que perpassa as minorias todas”, diz, ao analisar como a ascensão de um governo comandado pela etnia majoritária gera dúvidas sobre o futuro de outros grupos étnicos.
Ele detalha ainda as diferenças entre os grupos que formam o país, analisa o risco do ressurgimento de uma guerra civil e fala da importância da Síria no equilíbrio de forças entre as nações do Oriente Médio.
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O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Amanda Polato, Sarah Resende, Gabriel de Campos, Luiz Felipe Silva e Thiago Kaczuroski. Apresentação: Natuza Nery.
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Mahmoud Hassano/Reuters
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Fonte: G1