Em visita oficial à França, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu nesta quinta-feira (5) uma homenagem da Academia Francesa, autoridade máxima da língua francesa. Lula foi convidado de honra de uma sessão privada da instituição e se tornou apenas o segundo brasileiro a visitar o órgão —o primeiro foi o imperador dom Pedro 2º.
Como é tradição na Academia, o homenageado propõe uma palavra nova, para ser debatida pelos acadêmicos e incluída no dicionário editado pela própria instituição —reconhecido como o padrão para a norma culta da língua. Lula sugeriu a inclusão da palavra multilateralismo.
“Queria dizer aos membros da Academia Francesa que vocês homenagearam um cidadão brasileiro que não é acadêmico. Eu só tenho um diploma primário e um curso técnico. O restante eu aprendi na vida, para sobreviver”, disse Lula.
A rigor, o termo escolhido pelo presidente, que descreve a cooperação entre vários países em questões internacionais, já existe na língua francesa. Em uma base de dados histórica da imprensa local, a primeira menção data de 1949. Mas de fato não faz parte do respeitado dicionário da Academia, publicado desde 1687.
A homenagem da Academia Francesa foi proposta pelo atual secretário perpétuo da instituição, o escritor franco-libanês Amin Maalouf.
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Fundada em 1634, a Academia Francesa serviu de modelo para inúmeras outras mundo afora, inclusive a Academia Brasileira de Letras, que é de 1897. Periodicamente a Academia recebe visitas ou homenageia em sessão privada chefes de Estado estrangeiros. A visita mais recente, segundo a página da Academia na internet, foi do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, em 2019.
Em 23 de janeiro de 1872, a Academia foi visitada por dom Pedro 2º, em uma época de raríssimas viagens oficiais transatlânticas. O imperador do Brasil era um notório apreciador das artes e da literatura.
Em 2005 e 2015, a Academia Francesa realizou sessões privadas em homenagem à instituição brasileira, com quem historicamente tem um bom relacionamento.
noticia por : UOL