A Palma de Ouro premiou “Um Simples Acidente”, do diretor iraniano dissidente Jafar Pahani, que foi calorosamente ovacionado pela sala. A recompensa foi entregue pela atriz Kate Blanchett que felicitou o Festival de Cannes por encorajar o debate político e o espaço criado para o diálogo cinematográfico.
O filme, rodado clandestinamente em Teerã, explora as consequências imprevisíveis de um acidente aparentemente trivial. “Um simples Acidente” denuncia o regime e suas prisões arbitrárias, abordando vontade de vingança e perdão. Panahi que ficou preso vários meses no Irã, pôde vir a Cannes pela primeira vez em 15 anos. Em seu discurso, disse “que ninguém deve dizer aos iranianos o que devem vestir ou fazer”.
Brasil em alta
O brasileiro “O Agente Secreto” era um dos favoritos dos críticos e saiu da cerimônia com dois prêmios. Wagner Moura conquistou a palma de melhor interpretação masculina. O ator brasileiro, muito elogiado por sua atuação, não estava presente e a recompensa, entregue por Rossy de Palma, foi recebida pelo cineasta Kleber Mendonça Filho.
O pernambucano recebeu das mãos do veterano Claude Lelouche o prêmio de melhor diretor desta edição. Algumas vaias foram ouvidas no momento do anúncio, indicando um descontentamento de parte do público com o fato de “O Agente Secreto” não ter levado um prêmio mais importante.
Falando hora em francês, hora em inglês e hora em português, Kleber Mendonça Filho, em seu discurso de agradecimento, elogiou as “belezas do Brasil” e falou de seu “orgulho de estar em Cannes, catedral do cinema, para receber o prêmio”. Por fim, enviou um abraço para as pessoas que estavam assistindo à premiação no Brasil, especialmente no Recife.
noticia por : UOL