No primeiro turno da disputa presidencial, beneficiado por um fenômeno batizado de ‘LuZema’, Lula fez dobradinha com Zema na maioria das cidades de Minas Gerais. Embora Zema estivesse apoiando Bolsonaro, Lula e ele venceram juntos em 66% dos municípios mineiros no 1º turno. Esse percentual caiu para 56% no 2º turno. No estado, Lula venceu Bolsonaro por um triz: 50,2% a 49,8%. Por isso ele está fazendo um aceno para o eleitorado e diz que ajudou Minas Gerais.
Ao reclamar dos vetos pontuais que Lula aplicou na lei sobre a renegociação das dívidas estaduais, Zema cuspiu em um prato que ele teve que mendigar para comer. Ao criar uma briga com o governo Lula, ele tenta se mostrar útil ao bolsonarismo e está esmolando uma posição de vice na chapa presidencial que todos têm a expectativa que se formará nesse bloco mais conservador em 2026. Josias de Souza, colunista do UOL
Para Josias, Lula usa a briga política com Zema para recuperar o terreno perdido entre os eleitores de Minas Gerais e ganhar força no estado já de olho em 2026.
Lula sabe que, em política, a gratidão é o sentimento que envelhece mais rapidamente. Chamou Zema de ‘ingrato’, mas dirigiu um aceno ao eleitorado de Minas Gerais. Em situação mais precária do que a do Lula no estado, Zema demora a se dar conta de que ganhou a aparência de uma escada usada pelo presidente para se exibir como benfeitor do segundo maior colégio eleitoral do país.
Lula está ultrapassando os limites do palácio que sedia o governo de Minas Gerais e está acenando para além do Zema. Se Lula chama o governador de ‘ingrato’, quer deixar muito bem demarcado o território de Minas Gerais para mostrar que ele renegociou a dívida do estado e tenta fazer o que Zema não conseguiu em dois mandatos. Josias de Souza, colunista do UOL
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noticia por : UOL