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Cuiaba - MT / 18 de abril de 2025 - 5:57

James Webb documenta mergulho fatal de um planeta em uma estrela

Em maio de 2020, astrônomos observaram pela primeira vez um planeta sendo engolido por sua estrela hospedeira. Com base nos dados da época, eles disseram acreditar que o planeta encontrou seu destino quando a estrela inchou no fim de sua vida, tornando-se o que é chamado de gigante vermelha.

Mas novas observações feitas pelo telescópio James Webb indicam que o fim do planeta aconteceu de forma diferente do que inicialmente se pensava. Em vez de a estrela chegar ao planeta, parece que o planeta chegou à estrela, com consequências desastrosas: um mergulho fatal após uma erosão da órbita desse mundo alienígena ao longo do tempo, segundo os pesquisadores.

O fim foi bastante dramático, como evidenciado pelas consequências documentadas pelo telescópio. O James Webb, que foi lançado em 2021 e se tornou operacional em 2022, observou gás quente provavelmente formando um anel ao redor da estrela após o evento e uma nuvem em expansão de poeira mais fria.

“Sabemos que há uma boa quantidade de material proveniente da estrela que é expelido à medida que o planeta passa por sua queda fatal. A evidência posterior a isso é esse material empoeirado remanescente que foi ejetado da estrela hospedeira”, disse o astrônomo Ryan Lau, do NOIRLab da Fundação Nacional de Ciências dos EUA, autor principal do estudo publicado na última quinta-feira (10) no periódico Astrophysical Journal.

A estrela está localizada em nossa galáxia Via Láctea, a cerca de 12 mil anos-luz da Terra na direção da constelação de Aquila —um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano, 9,5 trilhões de quilômetros. A estrela é ligeiramente mais avermelhada e menos luminosa que o nosso Sol e tem aproximadamente 70% de sua massa.

Acredita-se que o planeta seja de uma classe chamada Júpiteres quentes, gigantes gasosos em altas temperaturas devido a uma órbita apertada ao redor de sua estrela hospedeira.

“Nós acreditamos que provavelmente teve que ser um planeta gigante, pelo menos algumas vezes a massa de Júpiter, para causar uma perturbação tão dramática na estrela como a que estamos vendo”, afirmou o coautor do estudo Morgan MacLeod, bolsista pós-doutorado no Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica.

Júpiter é o maior planeta do nosso Sistema Solar.

Os pesquisadores disseram acreditar que a órbita do planeta gradualmente se deteriorou em razão de sua interação gravitacional com a estrela.

“Então, ele começa a passar pela atmosfera da estrela. Nesse ponto, a ventania de atravessar a atmosfera estelar assume o controle e o planeta cai cada vez mais rapidamente na estrela”, disse MacLeod.

“O planeta cai e é despojado de suas camadas externas gasosas enquanto se aprofunda na estrela. No caminho, esse choque aquece e expulsa gás estelar, o que dá origem à luz que vemos e ao gás, poeira e moléculas que agora cercam a estrela”, acrescentou ele.

Há, porém, algumas lacunas nesse processo.

“Vimos como a queda do planeta afetou a estrela, mas não sabemos com certeza o que aconteceu com o planeta. Na astronomia, há muitas coisas muito grandes e muito distantes para fazer experimentos. Não podemos ir ao laboratório e colidir uma estrela e um planeta juntos, mas podemos tentar reconstruir o que aconteceu em modelos de computador”, afirmou MacLeod.

Nenhum dos planetas do nosso Sistema Solar está perto o suficiente do Sol para que suas órbitas se deteriorem, como aconteceu nesse caso. Isso não significa, contudo, que o Sol não acabará engolindo algum deles.

Em cerca de cinco bilhões de anos, espera-se que o Sol se expanda em sua fase de gigante vermelha e poderá engolir Mercúrio e Vênus e, talvez, até a Terra. Durante essa fase, uma estrela sopra suas camadas externas, deixando apenas um núcleo para trás —um remanescente estelar chamado anã branca.

As novas observações de Webb estão fornecendo pistas sobre o desfecho planetário.

“Nossas observações sugerem que talvez os planetas tenham mais probabilidade de encontrar seus destinos finais ao se aproximarem lentamente de sua estrela hospedeira, em vez de a estrela se transformar em uma gigante vermelha para engoli-los”, afirmou Lau. “Nosso Sistema Solar parece ser relativamente estável, então só precisamos nos preocupar com o Sol se tornando uma gigante vermelha e nos engolindo.”

noticia por : UOL

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