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Cuiaba - MT / 9 de junho de 2025 - 21:52

Interrogatório de Mauro Cid coloca à prova a fama de mau de Moraes

Ambos só estavam lá porque o ex-funcionário resolveu contar o que sabia sobre as andanças do então chefe para evitar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao fim das eleições de 2022.

E se agora ninguém especula o que Bolsonaro disse ao pé do ouvido de Mauro Cid é porque Moraes só liberou o tapinha nas costas e as continências (pois público alvo) como cumprimento.

Bolsonaro quis tanto adiar esse reencontro que passou dez minutos no banheiro vendo vídeos na internet. Do quê? Não sabemos.Fato é que Mauro Cid até gaguejou, mas não se negou a dizer em público o que contou no escurinho da sala de depoimento da PF. Os outros sete réus da trama ouviam com atenção o rapaz tão solícito – como ele mesmo se descreveu – entregar o ex-chefe. O ex-ministro da Defesa Paulo Sergio Nogueira, por exemplo, estava com cara de quem não almoçava desde o governo Bolsonaro. E parecia querer palitar os dentes com os ossos do depoente.

Quem parecia indiferente era o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional que cochilou algumas vezes durante a audiência. (Era ele, vale lembrar, o responsável pela segurança do presidente. Para ver o risco que o chefe correu nesses anos todos).

No momento mais tenso, o tenente-coronel precisou confirmar a Moraes que, sim, os chefes chegaram a cogitar prendê-lo para encontrar caminho livre para o golpe. Isso na versão mais enxuta do plano. Na mais expandida a ideia era prender Moraes e os outros dez ministros da Corte. Entre cortar a bola e manter a fama de mau, Moraes não pensou duas vezes. “(Para) o resto foi concedido um habeas corpus”, ironizou o ministro.
Risos.

Em outro momento, o advogado Demóstenes Torres, defensor de Almir Garnier, pediu ao ministro para ter o seu “momento Alexandre de Moraes”. Ele citava os momentos em que o ministro, quando irritado, pede objetividade aos interrogados e questiona se eles confirmam o que disseram em depoimento: “sim ou não?” Foi o que fez o advogado ao ser autorizado a “imitar” o relator. “Mais alguma coisa?”, questionou o ministro, antes de entrar na brincadeira e perguntar: “Sim ou não?”

noticia por : UOL

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Cuiaba - MT / 9 de junho de 2025 - 21:52

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