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Cuiaba - MT / 20 de janeiro de 2025 - 7:57

Farsa do Pix 2: Extremismo de centro e cavaleiro sem nome que vem da poeira

Paulo Guedes se entendia com os donos do dinheiro, e o golpista-chefe podia brincar à vontade no seu trem fantasma. A evidente deterioração democrática do período não preocupava a rapaziada. Tanto é assim que Bolsonaro seguiu sendo o preferido da turma. Seria de novo em 2026 se disputasse. Esses bravos também têm uma queda irresistível por Pablo Marçal… O que tenho a lhes dizer? Que sigam o conselho do ET Bilu: “Busquem conhecimento”.

Ocorre que essa gente domina o chamado “jornalismo econômico”, expressão que me parece imprópria. Não há pluralidade nem de pontos de vista nem de interesses setoriais. Um exemplo banal? Quando o BC anuncia um choque de juros, os economistas que trabalham para a indústria ou os acadêmicos não são ouvidos com o mesmo interesse dispensando aos porta-vozes “duzmercáduz” — quando ouvidos. Aquilo que deveria ser uma cobertura jornalística se comporta como a expressão de um “lobby”.

POLARIZAÇÃO?
O mau humor nessa área, com opinadores a anunciar um apocalipse por dia, contaminou também a cobertura política. Embalados pela tese picareta da “polarização” — afinal, o governo centrista de Lula não é polo aposto à extrema-direita bolsonarista –, criou-se no jornalismo político a ânsia de uma era “pós-Lula e “pós-Bolsonaro”, como se essas duas personagens tivessem sequestrado o destino do país e os políticos.

Ainda que eu considere que o lugar de Bolsonaro é a cadeia, é ele, por enquanto, a ditar os rumos da direita no país à medida que lidera, com a habilidade requerida para ser a referência dessa gente, a extrema-direita. Lula, por seu turno, não obteve a condução do campo progressista na base do chicote. Aliás, nessa seara ideológica, ele não se poupou de vários sacrifícios. A tentativa de destruí-lo resultou, por exemplo, numa prisão de 580 dias em razão de uma condenação sem provas, decidida por um juiz incompetente e suspeito.

Há uma espécie de frenesi — e algumas pesquisas malandras fazem um esforço danado, torturando os números para que confessem a tese da pós-polarização — para que se declare, então, um “Basta!”. O Brasil teria, nessa perspectiva, de virar a página do lulismo e do bolsonarismo.

“Mas você quer ficar preso ao Dia da Marmota, Reinaldo?” Eu apelo a instrumentos de leitura política, não a feitiçarias e a esse papo-furado de “eras”. Existe uma direita não golpista no Brasil, como costuma haver nas democracias. Goste eu dela ou não, a mim me basta que reconheça as regras do jogo, que atue dentro da esfera legal e que vença ou seja vencida no voto. E há uma extrema-direita fascistoide e criminosa, justamente a “cadela sempre no cio do fascismo”, como escreveu Brecht. Entendo que seu lugar é a cadeia.

noticia por : UOL

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Cuiaba - MT / 20 de janeiro de 2025 - 7:57

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