Uma fã deu um beijo na bochecha do ator e cantor coreano Lee Junho durante um evento em São Paulo no último sábado, e a atitude gerou discussões entre os seguidores do astro de k-dramas e k-pop.
Na apresentação, Junho chamou uma mulher que estava sentada perto do palco para repetir no microfone o que a plateia gritava para ele —um coro de “lindo, tesão, bonito e gostosão”. Ao se aproximar dele, a fã pediu para tirar uma foto.
“Mostrei o celular e perguntei se eu podia tirar uma foto com ele, com gestos, tudo em português. Quando repeti [o que a plateia dizia], fui cumprimentar ele daquele jeitinho com a cabeça para baixo, aí ele veio pegar minha mão”, diz Daniela Pereira, 39, que viajou de Santa Catarina para o evento com uma amiga. “Olhei para ele e perguntei em português: ‘Posso te dar um beijo?’”
A profissional de educação física afirma que o gesto de afeto foi consentido pelo artista. “Ele se abaixou e virou o rosto para mim. Ele ficou paradinho, em momento nenhum se retirou do beijo. Se fosse algo que ele não quisesse, ele não teria nem se abaixado”, diz. “Ele se levantou com um sorriso bem lindo. Já tinha passado por mim antes, me dado um tchauzinho.”
Em vídeos nas redes sociais, é possível ver o cantor se inclinando para a fã, que estava de braços estendidos. Não fica claro, porém, se ele entendeu o pedido feito em português e achava se tratar de um abraço.
Procurada, a produtora responsável pelo evento, Sam Entretenimento, não respondeu sobre o assunto. Antes da segunda apresentação, no domingo, a empresa emitiu um comunicado no qual pedia para os fãs evitarem interações físicas com o artista.
Pereira postou fotos e vídeos detalhando o evento e a interação com o astro sul-coreano. Nos comentários, o clima é de apoio e celebração entre as “dorameiras”, as fãs das séries do país, chamadas de doramas.
Do outro lado do mundo, no entanto, a ação causou revolta. Os vídeos circularam nas redes sociais e em veículos de mídia da Ásia, e fãs de Junho veem a atitude como desrespeitosa e até como assédio.
O caso reacende episódio que aconteceu com Jin, integrantes do BTS, em evento em junho de 2024, na Coreia do Sul. O cantor abraçava fãs quando uma mulher o beijou no rosto inesperadamente. O público no local a denunciou, acusando-a de assédio sexual. Ela, que é japonesa e teria cerca de 50 anos, foi intimada a um interrogatório pela polícia.
Na sociedade coreana, há pouco contato físico e as pessoas costumam se cumprimentar com uma reverência simples ou um aperto de mãos, explica Serena Park, que vive entre a Coreia do Sul, onde nasceu, e o Brasil, onde desde 1987 mora e trabalha com instituições coreanas.
“Hoje em dia, a geração mais nova até pega na mão, dá um beijo no rosto, mas não é muito comum, e jamais aconteceria com desconhecidos, é entre familiares ou casais”, diz Park. “Quando os coreanos vêm aqui a trabalho, e os cumprimentam com beijo, eles acham muito diferente.”
noticia por : UOL