Os Estados Unidos estão avaliando a retirada de 10 mil soldados do Leste da Europa, de acordo com a rede americana NBC, citando autoridades de países europeus e de Defesa americanas.
O contingente representa metade das tropas enviadas ainda sob Joe Biden e indicam mais um passo de Donald Trump para se distanciar de seus aliados europeus e da Otan, a aliança militar ocidental, em um momento de negociações com a Rússia para eventual fim da Guerra da Ucrânia.
As discussões a respeito da retirada das tropas ainda são discutidas, de acordo com a emissora americana. Boa parte delas estão estabelecidas na Polônia e na Romênia, países que fazem fronteira com a Ucrânia.
A NBC afirma que conversou com seis autoridades que foram informadas sobre o assunto na Europa e nos EUA e falam sob anonimato para discutir detalhes. Europeus entrevistados pela emissora afirmam que, caso o Pentágono adote a proposta, estará reforçando os temores de que os EUA estão abandonando seus aliados de longa data na Europa.
A decisão seria também mais um sinal da insistência da gestão Trump de que aliados da Otan na Europa aumentem investimentos em Defesa. Todos os principais países do continente miram os 3% de gasto do PIB no setor, meta pouco buscada antes do conflito e da mudança geopolítica provocada pelo republicano ao se alinhar à Rússia na defesa de uma trégua na guerra em solo ucraniano.
Lá Fora
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Líderes europeus têm se reunido, desde que Trump iniciou sua reaproximação de Moscou, para chegar a um acordo quanto ao envio de tropas aliadas para território ucraniano como forma de assegurar eventual cessar-fogo e apoiar Kiev. Não há até o momento, no entanto, consenso sobre esse envio de tropas.
O Kremlin, por sua vez, tem buscado deslegitimar o governo de Volodimir Zelenski na Ucrânia, sugerindo, por exemplo, que as Nações Unidas assumissem o país enquanto novas eleições são realizadas —ideia rechaçada inclusive por Trump.
As negociações com entre Moscou e Washington tampouco têm avançado desde que um cessar-fogo parcial foi assinado entre os adversários para uma trégua no mar Negro e em infraestrutura energética.
O vice-chanceler da Rússia Serguei Riabkov, por exemplo, afirmou em entrevista publicada no início deste mês que Moscou não pode aceitar as propostas de paz dos EUA para o conflito “no formato atual”.
“Hoje, tudo o que temos é uma tentativa de encontrar algum tipo de estrutura que permita, primeiramente, um cessar-fogo –pelo menos como imaginado pelos americanos. Pelo que podemos ver, não há espaço hoje para nossa principal exigência, que é resolver os problemas relacionados às causas-raízes deste conflito”, disse Riabkov.
Vladimir Putin afirma desejar que a Ucrânia abandone ambições de se juntar à Otan, que a Rússia controle a totalidade das quatro regiões ucranianas que anexou durante o conflito, e que o tamanho do Exército ucraniano seja limitado. Kiev diz que essas condições equivalem a exigir sua capitulação.
noticia por : UOL