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Cuiaba - MT / 21 de março de 2025 - 7:45

Deputada denuncia à PGR senador que falou em enforcar Marina Silva

A deputada federal Luciene Cavalcanti (PSOL-SP) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador Plínio Valério (PSDB-AM) após o parlamentar afirmar que teve vontade de enforcar a ministra Marina Silva (Meio Ambiente).

“Imagine o que é tolerar Marina 6 horas e dez minutos sem enforcá-la”, disse Plínio em alusão à participação da titular do ministério na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das ONGs, do Senado. A fala foi dita durante uma cerimônia da Fecomércio na última sexta-feira (14), onde o parlamentar fez críticas ao trabalho da chefe da pasta.

Na notícia-crime enviada à PGR, a deputada do PSOL diz que Plínio incita a violência. “As declarações configuram um ato de violência política de gênero, uma vez que subvertem a dignidade e a integridade da ministra Marina Silva”, afirma o documento.

E segue: “Tais afirmações não apenas desrespeitam sua posição como autoridade pública, mas também incitam um clima de intimidação e violência contra mulheres que atuam na política, perpetuando a cultura da misoginia”.

A parlamentar pede que, “diante da gravidade dos fatos e da evidente conduta de violência política de gênero”, a PGR ofereça denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Nesta quarta (19), Marina Silva rebateu os comentários de Plínio. “Com a vida dos outros não se brinca. Quem brinca com a vida dos outros ou faz ameaça aos outros de brincadeira e rindo, só os psicopatas são capazes de fazer isso”, disse ela ao fim do programa Bom dia, Ministra, do governo federal.

Marina afirmou que a fala do parlamentar é uma forma de incitar a violência contra a mulher, e que mesmo em posições de poder e visibilidade como a dela, as mulheres ainda estão sujeitas a ataques.

Após o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), afirmar durante a sessão plenária de quarta, que não poderia deixar o episódio em branco e classificar a fala de Plínio Valério como “infeliz”, o senador pediu a palavra para rebater as críticas. Ele afirmou não ter se arrependido e alegou que a frase foi uma brincadeira.

“Um ano se passou [desde a sessão na CPI] e fui receber uma medalha. Em tom de brincadeira, eu disse: imagine vocês o que é ficar com a marina seis horas e 10 minutos sem ter vontade de enforcá-la”, afirmou Valério. “Todo mundo riu, foi brincadeira. Se você perguntar: você faria de novo? Não. Mas se arrepende? Não. Foi uma brincadeira.”

O senador disse ainda que Marina foi tratada com respeito e paciência durante toda a CPI. “Por ser mulher, por ser ministra, por ser negra, por ser frágil, foi tratada com toda delicadeza”, disse.

Procurado, o parlamentar diz, em nota, “para minha surpresa, esse incidente ganhou dimensão, ao ser discutido inclusive no plenário do Senado Federal, creio eu que a partir de uma disputa eleitoral regional. Passei a ser chamado até de misógino e machista. Minha vida pessoal e minha trajetória política desmentem esses adjetivos”.

com KARINA MATIAS, LAURA INTRIERI e MANOELLA SMITH


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noticia por : UOL

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