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Cuiaba - MT / 24 de maio de 2025 - 18:19

Como são as festas do Festival de Cannes, com perrengues além do glamour

Filas quilométricas, taças de vinho pagas, superlotação. Certamente não é assim que muitos imaginam as festas do Festival de Cannes. Por trás do glamour do tapete vermelho e dos vestidos de grife, porém, se divertir entre uma sessão e outra não é tão fácil –é preciso receber o convite certo, e estes são bem limitados.

Mesmo as festas oficiais ou com alguma conexão mais direta com o festival apresentam uma roleta russa ao convidado. Na noite em que anualmente se anuncia o vencedor da Palma Queer, por exemplo, as taças de vinho são cobradas, mas a boa discotecagem, bem pensada para seu público alvo, serve de consolo.

Já para encerrar o festival, há duas festas oficiais que acontecem em paralelo, logo após a entrega da Palma de Ouro. Uma é maior, voltada para os funcionários que fazem o evento acontecer, com comida e bebida à vontade, mas longas filas. A outra, para pouquíssimos convidados, tem menu e carta de drinques mais elaborada e dá aos presentes a chance de dividir a pista de dança com os membros do júri e premiados.

No ano passado, Greta Gerwig, que liderou o júri, passou a noite toda dançando ao lado de Coralie Fargeat, diretora de “A Substância” que balançava o diploma do prêmio de melhor roteiro numa das mãos, enquanto uma taça de vinho ocupava a outra. Já os grandes vencedores da noite, a equipe do filme “Anora”, estavam mais tímidos. Sean Baker e Mikey Madison eram abordados toda hora para serem parabenizados pela Palma de Ouro.

Nas duas semanas pelas quais a programação se espalha, são vários os coquetéis e festas que disputam a atenção com as sessões de cinema. Muitos são promovidos por empresas presentes no Mercado do Filme e agências de relações públicas por trás dos filmes em competição, com lista de convidados generosa e mirando a praia.

Em muitos desses casos, porém, a lotação do espaço é baixa, então longas filas são frequentes. Dependendo da hora em que o convidado chega, é preciso esperar alguém sair para entrar, o que pode demorar.

Quanto mais afastadas do centro nervoso do evento, o Palácio dos Festivais, mais exclusivas e sofisticadas são as festas. Elas costumam ser promovidas por marcas ou personalidades que estão patrocinando e acompanhando o festival.

Antonia Morais, modelo que usa o nome artístico Anttónia, por exemplo, abriu a casa marciana de Pierre Cardin, no topo de uma colina a meia hora do Palácio de Festivais, e recebeu um “petit comité” para celebrar a forte presença do Brasil em Cannes nesta edição.

A mansão desenhada pelo estilista franco-italiano lembra um enorme casulo, e parece ter sido tirado de outro planeta. Não há paredes retas, a estrutura é toda arredondada e em cores terrosas, com escadas em curvas e janelas que mais parecem cápsulas. Na sala repleta de designs assinados ou no jardim com vista para a costa, brasileiros bebericavam champanhe ao som de MPB e eletrônica.

Já a Campari, patrocinadora do festival, preferiu montar sua balada em uma das estruturas no calçadão da praia. Drinques clássicos como negroni e boulevardier eram servidos a quem tivesse a pulseira para entrar no evento —não era incomum ver pessoas esperando do lado de fora, aguardando uma oportunidade para entrar furtivamente ou implorando por um convite.

Entre os brasileiros presentes na festa estava a atriz Juliana Paes, que veio ao festival a convite da marca de bebidas para prestigiar seus compatriotas no tapete vermelho, como Wagner Moura e Maria Fernanda Cândido, que estrelam “O Agente Secreto“, e Camila Pitanga, que atua no curta “Samba Infinito”.

“O Festival de Cannes é uma grande vitrine mundial. Os filmes e as festas que estão relacionados com o festival são esse grande palco para os assuntos que precisam ser abordados, discutidos, neste momento”, diz Paes. “Estar no evento sendo uma atriz brasileira esse ano tem um gosto especial.”Há ainda as festas oficiais dos filmes, que diferem muito, dependendo da verba do estúdio que está por trás do título. No ano passado, “Motel Destino” montou uma balada no subsolo de um prédio, após sua première, com bons drinques e vinhos.

Já a Disney, quando trouxe o último “Indiana Jones” ao festival, enfeitou um pedaço da praia com decoração que remetia ao filme. Harrison Ford apareceu, posou para fotos e voltou para o hotel Barrière Le Majestic, por meio de um corredor montado especialmente para os famosos e cercado por fãs ensandecidos.

São especialmente mitológicas as festas dos filmes de Baz Luhrmann, diretor dos extravagantes “Moulin Rouge: Amor em Vermelho” e “O Grande Gatsby”, que abriram Cannes em anos anteriores. Jornalistas veteranos lembram com frequência dessas celebrações –estas, sim, fazendo jus ao glamour que se imagina para um evento como o Festival de Cannes.

noticia por : UOL

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Cuiaba - MT / 24 de maio de 2025 - 18:19

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