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Cuiaba - MT / 22 de abril de 2025 - 11:21

China pede resposta coordenada às tarifas dos EUA em carta ao Japão


A informação foi divulgada agência de notícias japonesa Kyodo, nesta terça-feira (22). A carta foi enviada pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang, citando vários funcionários do governo japonês. China e EUA
Associated Press
O governo chinês enviou uma carta ao primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, pedindo uma resposta coordenada às medidas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A informação foi divulgada agência de notícias japonesa Kyodo, nesta terça-feira (22). A carta foi enviada pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang, citando vários funcionários do governo japonês.
Na segunda (21), a China afirmou que vai retaliar países que firmarem acordos comerciais com os Estados Unidos em detrimento de seus interesses, segundo porta-voz do Ministério do Comércio chinês.
“A China respeita todas as partes que buscam resolver diferenças econômicas e comerciais com os Estados Unidos por meio de consultas em pé de igualdade, mas se oporá firmemente a qualquer parte que tente fechar um acordo em detrimento da China”, declarou.
“Pequim tomará contramedidas de forma resoluta e recíproca se qualquer país buscar esse tipo de acordo”, completou. “Os Estados Unidos abusaram das tarifas com todos os parceiros comerciais sob a bandeira da chamada ‘equivalência’, ao mesmo tempo em que forçaram todas as partes a iniciar negociações de ‘tarifas recíprocas’ com eles”
De acordo com a Bloomberg, o governo Trump está se preparando para pressionar nações que buscam reduções ou isenções tarifárias dos EUA a restringirem o comércio com a China, inclusive impondo sanções monetárias. Essa reportagem motivou a declaração chinesa.
No início deste mês, o Representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, disse que cerca de 50 países o procuraram para discutir as tarifas adicionais elevadas impostas pelo presidente Donald Trump.
Desde então, diversas negociações bilaterais sobre tarifas aconteceram, com o Japão considerando aumentar as importações de soja e arroz como parte de suas conversas com os EUA, enquanto a Indonésia planeja aumentar as importações de alimentos e commodities dos EUA e reduzir pedidos de outros países.
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A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou na semana passada, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente americano, Donald Trump.
No dia 2 de abril, Trump detalhou a tabela das tarifas, que vão de 10% a 50% e serão cobradas sobre mais de 180 países.
A China foi um dos países que foi tarifado — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, na sexta (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar a resposta, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 13h (horário de Brasília) de terça-feira (8) ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para “revidar até o fim”.
Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses. O presidente americano disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas.
A resposta chinesa veio na manhã de quarta-feira (9): o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma “pausa” no tarifaço contra os mais de 180 países que foram taxados com tarifas que variam de 10% a 50%. Essa pausa é, na verdade, uma redução de todas as tarifas para 10% por um prazo de 90 dias. Tarifas específicas já em vigor, como as de 25% sobre aço e alumínio, não são afetadas pela medida — e continuam valendo.
A exceção, porém, foi a China. Trump anunciou mais uma vez a elevação de tarifas sobre os produtos chineses, para 125%. Na quinta (10), a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa tarifa total de 145%.
Como resposta, na sexta-feira (11), os chineses elevaram as tarifas sobre os americanos para 125%.
Na terça, os EUA voltaram a afirmar que estão dispostos a negociar os acordos comerciais com a China, mas que essa possibilidade está na palma da mão dos chineses.
“O presidente deixou bem claro que está disposto a fazer um acordo com a China, mas a China também precisa querer fazer um acordo com os EUA”, afirmou Katherine Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca.
Um comunicado no site oficial da Casa Branca disse que a China encararia tarifas de até 245% como resultado das “ações retaliatórias” do país asiático.
O documento não explicava como os EUA chegaram ao cálculo, mas foi atualizado para esclarecer que a taxa será aplicada sobre produtos específicos.
O novo texto ficou assim: “A China enfrenta uma tarifa de até 245% sobre importações para os Estados Unidos como resultado de suas ações retaliatórias. Isso inclui uma tarifa recíproca de 125%, uma tarifa de 20% para abordar a crise do fentanil e tarifas da Seção 301 sobre bens específicos, entre 7,5% e 100%.”
A atenção está em setores estratégicos para os asiáticos, como tecnologia da informação, fabricação de máquinas automatizadas e robótica, veículos de nova energia (NEVs), equipamento de aviação e voo espacial, entre outros.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, respondeu ao questionamento de jornalistas locais sobre as tarifas de 245% afirmando que “podem perguntar ao lado americano o valor específico das tarifas” e que a China deve manter sua posição, segundo o jornal estatal chinês Global Times.
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Fonte: G1

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