Com uma derrota por 2 a 0 para o Palmeiras no Allianz Parque na rodada inaugural do Campeonato Paulista na noite de quarta-feira (15), a primeira partida oficial da Portuguesa desde a transformação em SAF (Sociedade Anônima do Futebol) não foi da forma que os torcedores gostariam.
CEO da SAF rubro-verde, Alex Bourgeois disse que, embora o resultado não tenha sido o esperado, foi possível notar aspectos positivos do trabalho recém-iniciado pelo técnico Cauan de Almeida, anunciado em dezembro, vindo do América-MG.
“Há uma diferença gigantesca de elenco, temos uma folha de R$ 2 milhões, a do Palmeiras deve ser por volta de R$ 30 milhões, com um time que treina junto há quatro anos, versus um que treina há 30 dias. Colocando isso em contexto, acho que tivemos coisas boas, vi um time que tem a assinatura do Cauan”, afirmou Bourgeois à Folha, no escritório provisório da SAF, em um espaço “coworking” no Itam Bibi, em São Paulo.
Segundo o executivo, o estilo de jogo almejado pela comissão técnica é o de posse de bola, com marcação alta, velocidade e verticalidade. “Só que o Palmeiras não deixou a gente fazer isso.”
Bourgeois acrescentou que, contra os grandes do estado, é natural que a Portuguesa tenha mais dificuldade de impor seu jogo. No entanto, ao enfrentar times de menor poderio financeiro, e dentro de casa, a expectativa do dirigente é que a equipe consiga atuar de forma mais agressiva, no campo do adversário.
“A ideia é fazer um bom estadual e, se possível, por que não se classificar para uma segunda fase? Mas o mais importante é usar o Paulista como uma referência importante para o estilo de jogo que queremos implementar para fazer uma Série D muito forte”, afirmou o executivo, referindo-se à quarta divisão nacional.
No próximo compromisso pelo estadual, a Portuguesa vai em busca da recuperação contra o Novorizontino, em jogo no Canindé, às 20h30 (horário de Brasília) de sábado (18).
Será a despedida do time e da torcida do tradicional estádio na zona norte de São Paulo, que ficará fechado para a construção de uma nova arena multiuso no lugar.
A ideia era utilizar o estádio na temporada de 2025 e iniciar as obras no próximo ano, mas Bourgeois disse que a gestão optou por antecipar os planos, diante da situação estrutural degradada em que encontraram o espaço.
De acordo com o CEO, uma análise de um escritório de engenharia contratado ainda vai apontar se será possível aproveitar parte da estrutura existente, ou se será preciso derrubá-la por completo para iniciar um novo projeto do zero. Por conta disso, também ainda não é possível dizer quando o novo estádio estará de pé.
Seja como for, até lá, as partidas da Portuguesa deverão ser realizadas no Pacaembu. Embora ainda haja incertezas em torno da capacidade do Pacaembu de voltar a receber partidas de futebol, como a final da Copa São Paulo, o clube diz que a concessionária responsável pela operação garantiu que o estádio estará apto para receber os jogos da equipe —a próxima partida da Portuguesa como mandante está prevista para 29 de janeiro, contra o São Paulo.
Até lá, o elenco terá um pouco mais de tempo para ganhar entrosamento. Desde que a SAF assumiu o futebol do clube, já são 15 jogadores contratados, com mais três prestes a ser anunciados.
Entre os nomes mais conhecidos estão o atacante Henrique Almeida, revelado na base do São Paulo, que estava no Vila Nova, e o goleiro Rafael Santos, que fez uma boa campanha pelo Operário na Série B de 2024.
Bourgeois afirmou que chegou a tentar a contratação de um nome de peso para reforçar o elenco e estreitar a relação com a comunidade portuguesa. O alvo foi o atacante Nani, com passagens por Manchester United e seleção portuguesa. Aos 38 anos, contudo, o jogador optou pela aposentadoria, após ter feito sua última temporada em 2024 pelo Estrela Amadora, de Portugal.
O CEO da SAF disse que jogadores portugueses de renome continuam no radar, mas reconheceu que um anúncio talvez tenha de esperar até 2026, já que dificilmente conseguirá atrair um atleta com esse perfil para a disputa da Série D.
“A gente quer ser a ponte entre Portugal e a comunidade portuguesa no Brasil. E entre a comunidade portuguesa no Brasil e Portugal. Uma ponte de duas mãos.”
noticia por : UOL