Agentes de Combate às Endemias (ACEs) do Município estão passando por uma capacitação nesta segunda-feira (07), sobre estratégias de prevenção e controle da dengue. A ação, tem como foco o uso de tecnologias e métodos biológicos para o enfrentamento do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença e é comandada pelos professores e pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Laurival Antônio, João Antônio Cyrino Zequi e Aparecido de Souza. Coordenadores da Saúde, o secretário da pasta, Vânio Jordani, e o prefeito interino, Acácio Ambrosini também acompanham a capacitação.
A formação deve abordar tanto a utilização de armadilhas ovitrampas no monitoramento do Aedes, quanto o controle biológico utilizando larvicida a base de bactéria Bacillus thuringiensis israelense (Bti), uma alternativa sustentável e eficaz, sem riscos à saúde humana e de animais, por ser formulada em pó à base de uma bactéria esporulante encontrada no solo, que causa a mortalidade em larvas de dípteros, especialmente de Aedes aegypti.
“Esse é um projeto que estamos desenvolvendo há um bom tempo com o IMA (Instituto Mato-grossense do Algodão) e o objetivo é desenvolver estratégias de controle das arboviroses por meio do inseticida a partir da bactéria Bacillus thuringiensis israelense (Bti); essa é uma bactéria de controle biológico, eficiente e que não faz mal à população ou aos pets; inclusive, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o uso em caixas d’água e até mesmo de avião para aplicação”, explica o pesquisador Laurival Antônio. “O BTi tem várias cepas e cada uma age de forma específica, nesse caso usamos no combate ao Aedes aegypti”, detalha o professor.
Desde cedo, Aparecido, Laurival Antônio, João Zequi, orientam os participantes em atividades práticas e teóricas no combate às larvas do mosquito. O treinamento inclui diálogo sobre os desafios no enfrentamento da dengue; montagem de armadilhas ovitrampas para monitoramento de ovos do mosquito; treinamento em campo para aplicação de técnicas de controle biológico e, para finalizar, um momento para esclarecer dúvidas e reforçar o aprendizado.
“Esse treinamento voltado aos ACEs é essencial, são eles que estão na ponta, que detectam as mais variadas situações e propagam também as ações que buscam eliminar a proliferação e criadouros de vetores”, frisa Acácio. O prefeito interino completa que a vinda dos professores da UEL para Sorriso reforça o trabalho que vem sendo feito pela Prefeitura por meio dos agentes de combate à endemias, do Centro de Informações Estratégicas e Vigilância em Saúde (CIEVS) e da Comissão de Integração de Ensino e Serviço (CIES) que integram a Secretaria de Saúde.
Já o secretário de Saúde, Vânio Jordani, destaca ainda que cada um é responsável por cuidar da empresa, do quintal de casa e “juntos podemos cuidar da cidade”. Vânio também lembra que em todas as unidades de saúde está disponível a vacina contra a dengue. “Recomendamos que a população procure a unidade, se informe e aplique a vacina”, reforça.
“É um treinamento que visa reforçar nossas ações no combate à dengue e outras arboviroses. Estamos no fim do período de chuvas e a atualização dos conhecimentos dos agentes é fundamental para prevenir surtos e proteger a saúde da população”, destaca a coordenadora do departamento de Educação em Saúde, Sílvia Gehring.
Hoje, representantes dos municípios de Várzea Grande e Nova Mutum acompanham o treinamento. O curso em Sorriso segue durante todo o dia de hoje e também amanhã, dia 8, no período matutino. Hoje à tarde, das 13 às 15 horas, o treinamento será na Sala de Formação da Secretaria de Saúde; das 15 às 17 horas terá instalação de armadilhas no bairro Fraternidade e, amanhã, dia 8, a formação será no laboratório da Faculdade Anhanguera.
Além da Prefeitura de Sorriso, integram o projeto o Instituto Mato-grossense do Algodão (IMA/MT), A Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA) apoia a realização do curso (AMPA), a Assembleia Legislativa, Promotoria Pública e Judiciário de Sorriso.
O uso do BTi
O controle vetorial de larvas de Aedes é uma estratégia indicada para depósitos de água de uso humano ou por animais domésticos que não possam ser removidos.
O ingrediente ativo BTi é composto por Bacillus Thuringiensis, com sorotipo israelense, e Cepa AM65-52, que quando aplicado na água, é filtrado e ingerido pelas larvas de mosquito. O inseticida interage com a parede intestinal das larvas e as rompe rapidamente. É esperada a morte dos insetos em até 24 horas após a aplicação do produto.
Ressalta-se que o BTi é um inseticida biológico altamente seletivo para uso contra larvas de mosquitos e é considerado seguro para humanos e animais domésticos. Este inseticida possui aprovação da ANVISA para o uso em Saúde Pública e é recomendado pelo Programa de Pré-qualificação em Controle de Vetores da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo estudos, o BTI é um larvicida biológico, seguro, eficaz e não tóxico utilizado para o controle da população dos borrachudos, eliminando-os ainda na fase de larvas, quando vivem em lagos e riachos, principalmente fixados em substratos e rochas localizados nas margens e leito. A aplicação é realizada de forma simples, porém deve atender a alguns fatores de aplicação. O produto não pode ser aplicado diretamente no recurso hídrico, mas sim deverá ser diluída uma quantidade de produto em água, para a posterior aplicação por meio de um regador calibrado (deve esvaziar em 1 minuto).
As ovitrampas
O uso das ovitrampas permite identificar a introdução de mosquitos em áreas não infestadas pelo Aedes, monitorar a densidade populacional deste inseto vetor em áreas infestadas, além de contribuir para avaliar a efetividade das ações de controle vetorial.
FONTE : MatoGrossoNews