Reprodução
Projeto estabelece um protocolo específico de atendimento para crianças diagnosticadas com AME.
Reprodução
Projeto estabelece um protocolo específico de atendimento para crianças diagnosticadas com AME.
DO REPÓRTERMT
Foi aprovado em segunda votação nesta quarta-feira (11) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso o projeto de lei que institui a chamada Lei “Enzo Magalhães”, de autoria da deputada estadual Janaina Riva (MDB). A proposta segue agora para sanção do governador.
O projeto estabelece um protocolo específico de atendimento para crianças diagnosticadas com Amiotrofia Muscular Espinhal (AME) por empresas de home care no estado. O objetivo central é garantir que essas crianças recebam acompanhamento domiciliar com qualidade, segurança e dignidade.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
A AME é uma doença genética rara, degenerativa e progressiva, que compromete a força muscular e, em casos mais severos, a capacidade de respirar e se alimentar sem suporte especializado. “Essas crianças precisam de uma rede de apoio altamente capacitada, com atendimento contínuo e humanizado dentro do ambiente onde elas se sentem mais seguras: em casa”, destacou Janaina durante a tramitação da proposta.
A nova legislação estabelece a obrigatoriedade de uma equipe multidisciplinar qualificada, que inclui médicos especialistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, enfermeiros e outros profissionais treinados especificamente para o cuidado de pacientes com AME. Também prevê o monitoramento contínuo, capacitação da equipe, disponibilidade de equipamentos e medicamentos, e o registro detalhado de todos os atendimentos realizados.
Além disso, o texto impõe mecanismos de fiscalização e penalidades para empresas que descumprirem o protocolo, incluindo advertência, multa, suspensão e até cassação do registro de funcionamento. Um dos pontos mais relevantes da lei é a garantia de acesso universal e igualitário aos serviços de home care para todas as crianças com AME, independentemente de sua condição socioeconômica.
A proposta leva o nome de Enzo Magalhães, criança mato-grossense cuja luta por atendimento adequado sensibilizou o Parlamento estadual. A história de Enzo inspirou o projeto e expôs a ausência de diretrizes específicas para o cuidado domiciliar de crianças com AME em Mato Grosso.
Aos 5 meses de vida Enzo foi diagnosticado com AME, após diversos exames. Desde então, a mãe começou os esforços para conseguir tratar o menino. O Zolgensma, medicamento que trata a doença, é conhecido como “o mais caro do mundo”, custando cerca de R$ 6 milhões por dose.
A mãe, Jessica Kristiny Gonçalves, à época abriu uma vaquinha na internet, além de diversas ações e conseguiu ajuda para o tratamento. Os testes com a vacina mostram que a terapia oferece sobrevida aos doentes, pois constrói uma cópia funcional do gene humano que produz a proteína responsável pelos neurônios vinculados à atividade motora, porém, Enzo faleceu em 2023.
“Esse projeto é mais do que uma regulamentação. É um ato de justiça com tantas famílias que enfrentam a dor, o medo e a exaustão todos os dias, na luta por dignidade e cuidado aos seus filhos. A aprovação da Lei Enzo Magalhães é uma vitória para todos eles”, reforçou Janaina Riva.
Com a aprovação em plenário, a expectativa é que a sanção ocorra nos próximos dias e que o Governo do Estado regulamente a aplicação da lei, assegurando sua efetividade na ponta.
FONTE : ReporterMT