Itamaraty divulgou nota em que critica governo Netanyahu. Nas últimas horas, 95 mortes foram registradas no território palestino. O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota nesta quarta-feira (4) na qual voltou a condenar as ações militares do governo israelense na Faixa de Gaza, e cobrou uma investigação independente sobre os recentes ataques ao território palestino.
Conforme a nota, ofensiva recente contra a Palestina deixou “centenas de civis mortos e feridos”, e foram registradas nas últimas horas 95 mortes em Gaza.
“O Brasil [incentiva] a realização de investigação célere e independente acerca das circunstâncias em torno de ataques, com dezenas de mortes, em centros de distribuição de ajuda humanitária. São absolutamente inaceitáveis o uso da fome como arma de guerra e o emprego da violência contra civis em busca de alimentos”, afirmou o Itamaraty.
Uma menina reage após receber uma refeição enquanto outros esperam em um ponto de distribuição em Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, em 2 de junho de 2025.
Eyad Baba/AFP
“O governo brasileiro reitera seu apelo pela cessação imediata dos ataques israelenses contra a Palestina e sua população civil, incluindo mulheres, idosos e crianças”, acrescentou o ministério.
A nota do Itamaraty foi divulgada um dia após o presidente Lula ter afirmado em uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto que há um “genocídio” em Gaza. O petista também disse que o governo israelense precisa “parar com o vitimismo”.
Lula foi questionado sobre uma nota na qual a embaixada de Israel disse, sem citar nomes, que autoridades pelo mundo “compram mentiras” do grupo terrorista Hamas – que controla a Faixa de Gaza – e, por isso, criticam as ações do governo de Benjamin Netanyahu .
Conforme a nota, o Hamas propaga notícias falsas para “influenciar a opinião pública mundial a seu favor” por meio de “eventos encenados, incidentes que não aconteceram e histórias falsas” para “alimentar o antissemitismo no mundo”.
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, estimam em cerca de 60 mil o número de pessoas que já morreram desde o início do conflito.
Além disso, o governo de Israel tem bloqueado ou permitido somente a entrada parcial de ajuda humanitária, abaixo do que a Organização das Nações Unidas (ONU) estima ser o necessário para atender à população.
Nesse cenário, o governo brasileiro tem feito reiteradas críticas à forma como Netanyahu conduz o processo, seja por meio de declarações do presidente Lula ou por comunicados oficiais divulgados pelo Ministério das Relações Exteriores.
Lula diz que há ‘genocídio’ em Gaza e que governo de Israel precisa parar com ‘vitimismo’
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Fonte: G1