Câmara Municipal de Cuiabá
Filho de criminoso trabalhou cerca de nove meses no gabinete do vereador Jefferson Siqueira
Câmara Municipal de Cuiabá
Filho de criminoso trabalhou cerca de nove meses no gabinete do vereador Jefferson Siqueira
DO OLHAR DIRETO
Levantamento realizado nesta sexta-feira (21) aponta que o filho de Gilmar Machado da Costa, o Gilmarzinho, morto em confronto com policiais na quinta-feira (20), trabalhou cerca de nove meses no gabinete do vereador Jefferson Siqueira (PSD), na Câmara Municipal. O jovem, que não terá o nome divulgado, exerceu a função de assessor parlamentar externo com um salário de R$ 2.250.
A nomeação do filho de Gilmarzinho no Legislativo cuiabano foi publicada na Gazeta Municipal do dia 14 de fevereiro de 2024, tendo validade a partir do dia 9 de fevereiro. A exoneração do jovem foi publicada no Gazeta Municipal do dia 19 de novembro, passando a ter validade no dia 11 de novembro. Ou seja, cerca de 9 meses.
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A informação chegou à reportagem um dia depois que policiais flagraram duas moções de aplauso que o vereador concedeu a Gilmarzinho. O homem, segundo a Polícia Civil, reagiu à abordagem e morreu em um confronto em sua residência, no bairro Nova Conquista, em Cuiabá. O flagra ocorreu após a morte de Gilmarzinho.
Ao ser questionado por jornalistas, na quinta-feira, Jefferson disse que “uma coisa não tinha relação com a outra”. O parlamentar ainda explicou que em caso de moção de aplauso a triagem é feita pela sua assessoria. Ele ainda chamou Gilmar de “líder comunitário”.
“Uma coisa não tem nada a ver com a outra. O fato de eu ter dado uma moção de aplauso, ele como líder comunitário e que nós ouvimos primeiramente antes de entregar a moção, a assessoria vai a campo, conversa com os moradores e ela vai listando vários nomes de pessoas que fazem ou faziam alguns serviços à comunidade”, defendeu-se.
A exoneração do filho de Gilmar ocorreu cinco dias depois que o então prefeito eleito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), foi à Assembleia Legislativa (ALMT) e disse que não entregaria a Mesa Diretora à facção Comando Vermelho (CVMT), ao Ministro da Agricultura (Mapa), Carlos Fávaro (PSD), e ao então presidente da Casa de Leis estadual, Eduardo Botelho (União).
Na época, Abilio apoiava a candidatura de Paula Calil (PL), que disputava o comando do Legislativo cuiabano com Jefferson Siqueira, que sempre negou qualquer envolvimento com o grupo criminoso. A vereadora sagrou presidente da Câmara Municipal no dia 1º de janeiro.
Peneirado
Elizane Campos, esposa de Gilmar, negou que tenha ocorrido confronto entre ele e os policiais. Conforme a mulher, o esposo foi “peneirado” pelos agentes.
Conforme já noticiado pelo Olhar Direto, a equipe tinha contra Gilmarzinho, como era conhecido, um mandado de prisão preventiva e busca e apreensão na operação que investiga o esquema ilícito do Comando Vermelho de extorsão de comerciantes que vendem água potável.
Na ocorrência, os policiais relataram que ele estava armado com uma pistola e que, ‘com receio de injusta agressão’, dispararam contra o alvo.
Após o confronto, foram realizadas buscas no imóvel, e os policiais apreenderam um revólver, diversas munições, mais de 700 papelotes de maconha, dinheiro em espécie e vários documentos que comprovaram a ligação de Gilmar ao controle do esquema de extorsão.
FONTE : ReporterMT