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Cuiaba - MT / 2 de fevereiro de 2025 - 22:21

Advogado de PMs suspeitos de matarem delator do PCC é alvo de tiros em Sorocaba

“Eu não vi nada, não vi se tava em carro ou moto, não vi nada. Só vi que começaram a atirar”, diz o advogado Mauro Ribas Junior, que foi alvo de tiros em Sorocaba, interior de São Paulo, na noite deste sábado (1°).

Junior defende os três militares suspeitos de participação no assassinato de Antônio Vinicius Gritzbach, 38, conhecido como delator do PCC (Primeiro Comando Capital).

O advogado mora em Sorocaba e deixava uma obra na rua Projetada 1, no bairro Quintais do Imperador, quando o veículo em que estava, um Volkswagen Saveiro, foi alvo de tiros.

Ele não foi atingido pelos disparos, mas teve ferimentos leves no rosto por causa dos estilhaços do vidro do carro. O advogado disse que ainda não sabe a razão do ataque e se tem ligação com o PCC.

“Minha cabeça está bagunçada com relação a isso. Faz quase dez anos que atuo na defesa de policiais militares, são quase 150 júris, em regra com vítimas do PCC ou não. Nunca passei por nada disso. Lógico que a gente falaria que é [ataque em razão de sua atuação], mas não consigo afirmar isso porque às vezes é algum oportunista”, disse à Folha neste domingo.

Mauro foi socorrido, medicado e liberado.

Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), a perícia analisou o carro e a polícia busca imagens de câmeras de segurança que ajudem a elucidar o caso.

“Na noite deste sábado (1º), um advogado de 38 anos foi vítima de uma tentativa de homicídio no bairro Quintais do Imperador, em Sorocaba. Ele relatou a policiais militares que conduzia seu veículo quando sofreu disparos de armas de fogo e ficou ferido no rosto por conta dos estilhaços do vidro”, disse a pasta, em nota.

A Delegacia de Homicídios do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) de Sorocaba investiga o caso.

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) Sorocaba repudiou o ataque. “Este ato de violência não apenas atenta contra a vida e a integridade de um colega, mas também uma ameaça à classe e à sociedade como um todo, que depende do livre exercício da advocacia para a preservação do Estado Democrático de Direito e evidencia os problemas da segurança pública que enfrentamos. A OAB Sorocaba acompanhará de perto todas as investigações”, afirmou, em nota.

A Força-Tarefa do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) prendeu no dia 18 de janeiro um tenente suspeito de envolvimento na morte de Gritzbach.

Segundo a investigação, o tenente Fernando Genauro da Silva —que trabalha na 1ª Companhia do 23° Batalhão da Polícia Militar, na capital paulista— dirigia o carro em que estavam os atiradores que mataram Gritzbach na área de desembarque do Aeroporto Internacional de Guarulhos, no dia 8 de dezembro do ano passado.

No dia 16 de janeiro, a Corregedoria da Polícia Militar prendeu o cabo Dênis Antonio Martins, 40, apontado pela investigação como um dos autores dos disparos que mataram o delator. Na ocasião, outros 14 policiais —2 tenentes e 12 cabos e soldados— também foram presos por fazer a escolta irregular de Gritzbach e envolvimento com o PCC.

O tenente preso, segundo apuração da força-tarefa, já trabalhou com o cabo Dênis na Força Tática do 42º Batalhão da PM, e em Osasco, na Grande São Paulo, onde atuavam na mesma viatura.

A Folha apurou que a investigação descobriu que o celular de Silva recebeu ligações exatamente no momento em que o carro sai para levar os atiradores até o delator e depois uma nova ligação quando o carro é abandonado.

A prisão de Silva é temporária, por 30 dias. Ele foi localizado e preso no bairro Jardim Umuarama, em Osasco, e levado ao DHPP e deve seguir para Presídio Militar Romão Gomes.

A defesa sustenta que o tenente é inocente. “Ele não cometeu esse crime, ele não estava no dia dos fatos”, disse o advogado Mauro Ribas.

“Ele não fazia segurança para Gritzbach. Nunca fez. E não tinha relação profissional com os demais policiais”, acrescentou Ribas. A defesa é composta também pelo advogado Renato Soares.

A investigação agora busca identificar o terceiro ocupante do veículo, que seria o outro executor de Gritzbach. Além disso, também apuram se o tenente tem relação com os policiais militares que integravam a escolta irregular do delator do PCC.

noticia por : UOL

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Cuiaba - MT / 2 de fevereiro de 2025 - 22:21

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