“Vá para o inferno, Bolsonaro” – Ricardo Noblat, blogueiro. Olha o Noblat querendo garantir pauta no além-vida.
“Bota numa retroescavadeira. Bota e leva todo mundo pra vala” – Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia (PT), sobre Jair Bolsonaro e seus eleitores. Falar é fácil, quero ver é encher o tanque da escavadeira com o preço do diesel como está.
“A Míriam Leitão se apresenta como negra. Eu fui em uma premiação no Canecão em que o Movimento Negro a premiou por ser negra” – Hildegard Angel, jornalista. Dizem que era até comum ir ao Canecão como Maria e voltar como João; mas mudar de cor é a primeira vez.
“Eu sou a favor. Acho um grande retrocesso a gente não pensar nisso como uma possibilidade” – Paolla Oliveira, atriz, defendendo o aborto. Eu até comentaria a fala da atriz defendendo o assassinato de bebês, mas não sei se é possível levar a sério quem foi escalada para fazer o papel de Heleninha Roitmann na novela Vale Tudo, mas acabou entregando uma versão sem graça do João Canabrava.
“Anistia não é pacificação, anistia é declaração de guerra” – Celso Rocha de Barros, colunista da Folha de S.Paulo. Jabuticabaram Orwell.
“Cinco anos depois, a construtora Odebrecht volta a ser… Odebrecht” – Lauro Jardim, jornalista, sobre o rebranding da empreiteira pivô do Petrolão. Nostalgia pura, me bateu até uma Síndrome de Estocolmo.
“Um americano médio tem em média três amigos, mas tem demanda para 15” – Mark Zuckerberg, dono do Facebook, anunciando planos da empresa de lançar amigos gerados por IA. Com esse papo cativante, fica difícil entender como ele não tem mais amigos de verdade.
“Trump errou desde o começo no tratamento com a China. Ele não sabe do básico: a China quer, antes de tudo, ser tratada com respeito” – Demétrio Magnoli, comentarista da GloboNews. Depois que sua colega entrou na ABL, ele parece estar mirando no Nobel da Paz.
“O aumento do preço da carne para os consumidores brasileiros tem a ver com o crescimento das exportações. Entenda” – manchete da GloboNews. Entender a gente até entende, difícil é engolir.
“Não consideramos as facções organizações terroristas. Em primeiro lugar, porque isso não se adequa ao nosso sistema legal” – Mário Sarrubbo, secretário nacional de Segurança Pública, rejeitando classificação de CV e PCC como terroristas pelos EUA. Um verdadeiro atentado à nossa jurisprudência. Aqui, terrorista é quem ousa pichar estátua com batom.
“Alerj aprova Jesus Cristo como guardião do Rio de Janeiro” – manchete da revista Veja. Se já não bastasse o que os romanos fizeram há dois mil anos, mais esta.
“O vice-presidente americano interferir na política da Alemanha já é um crime. Nunca fui a outro país para interferir em uma eleição” – Lula. A Venezuela não conta porque lá ele já é de casa.
“Lula escolhe sentar-se ao lado de ditadores, autocratas e, acima de tudo, Vladimir Putin, um líder da extrema-direita” – Camila Bomfim, apresentadora da GloboNews. A relação esfriou mesmo; antes ele se sentava logo no colo.
“Está nascendo uma alternativa nova de poder” – Aécio Neves, deputado federal (PSDB-MG), sobre a fusão entre PSDB e Podemos. Com o PSDB virando pó, Aécio já está procurando uma nova carreira.
“Não é verdade que Tiririca virou ‘imortal’ da ABL após escolha de Míriam Leitão” – esclareceu o portal Boatos.org, fazendo o importantíssimo e necessário trabalho de desmentir uma crônica de Paulo Polzonoff Jr, nesta Gazeta do Povo. Fake news do nosso Polzo na cara dura! Todo mundo sabe que a cota de palhaços na ABL já está preenchida faz tempo.
Diário da Corte
“Parabéns à grande Míriam Leitão pela merecida eleição na ABL! Uma jornalista que transforma o complexo em compreensível” – Gilmar Mendes, ministro do STF. Quem diria que decifrar as mensagens do zap do STF para o povão era uma tarefa tão complicada?
“No Brasil, a liberdade de imprensa é um direito constitucional. Além de protegê-lo, a Lei Maior também determina que nenhuma lei pode impedir seu livre exercício” – perfil do STF no X. Pena que o STF sempre acha um jeitinho.
“Nós poderíamos estar aqui contando a história de um golpe” – Gilmar Mendes, ministro do STF, em seminário da OAB em Madri. Se tem alguém que entende de golpe…
“Skype deixa de funcionar a partir de hoje” – chamada da CNN Brasil. E o mais surpreendente é que não foi por ordem do STF.
“Fico extremamente magoado. Quando surge o nome do ministro Fux, ninguém pede a suspeição dele. Quando aparece o meu nome, são 868 pedidos. Suspeito é quem está pedindo a minha suspeição” – Alexandre de Moraes, ministro do STF. Será que o ilustre ministro ficou magoado na condição de juiz, promotor ou vítima?
“Moraes é o Ministério Público e representa tudo de melhor em coragem e imparcialidade” – Cármen Lúcia, ministra do STF, em estranho elogio ao colega Alexandre de Moraes. Está explicado por que ela nunca passou no concurso para juíza.
“Alguns querem transformar o STF na revista Caras”
Alexandre de Moraes, atacando a imprensa por apontar luxos da Corte. Já outros, na revista Caros Amigos.
“Mentira é um veneno político” – Cármen Lúcia, ministra do STF. A tragédia é que a diferença entre o veneno e o remédio está na dose.
“E ministro do Supremo, pode?” – Flávio Dino, ministro do STF, ao ser questionado pelo colega André Mendonça se os cidadãos têm o direito de chamar políticos de “ladrão”. Por que o interesse, está planejando alguma coisa?
“A fraude bancária ensejadora da contratação de empréstimo, por si só, não é suficiente para configurar o dano moral” – Antônio Carlos Ferreira, ministro do STJ, ao negar indenização à aposentada que teve empréstimo falso contratado em seu nome. Dano moral seria chamar o estelionatário de ladrão.
“Não se pode tratar fake news como brincadeira” – Flávio Dino. O STF não brinca com coisa séria, só com as nossas caras.
“Democrata não é quem sabe ganhar, é quem sabe perder” – Carmén Lúcia, ministra do STF. Entendeu, Mané? Então não amola.
“Não é o STF que se mete em tudo; é o arranjo institucional brasileiro que faz com que o STF tenha que se envolver em diversos temas” – Luís Roberto Barroso, ministro do STF. As instituições brasileiras querem ficar saindo na rua com roupas curtinhas, né… o STF também não é de ferro.
Tirando bilhões da pobreza
“Na última semana, o nosso governo, por meio da CGU e da PF, desmontou um esquema criminoso de cobrança indevida contra aposentados” – Lula, sobre a corrupção no INSS. Desmontou, raspou o chassi e agora está tentando passar as peças pra frente.
“Governo Lula não tolera desvios” – Jorge Messias, o Bessias, ministro da AGU. Quem nunca lesou, que desvie a primeira verba.
“Lupi foi maltratado pelo governo e deve sair do cargo” – Mário Heringer, líder do PDT na Câmara dos Deputados, sobre demissão do ex-ministro da Previdência Social. Convenhamos, um ministro cair por corrupção em um governo do PT é uma injustiça histórica.
“Estou muito envergonhado. Isso é uma indignidade inexplicável” – Ciro Gomes, ex-candidato à presidência (PDT), sobre demissão do ex-ministro da Previdência, seu companheiro de partido. Tirar de político o sagrado direito de operar um esquema é atentado contra os direitos dos manos, companheiro!
“Se o golpe tivesse dado certo, a roubalheira no INSS continuaria e você jamais ficaria sabendo” – Humberto Costa, senador (PT-PE), o “Drácula” da planilha da Odebrecht. Se a política não der certo, ele pode seguir carreira como vilão do Scooby-Doo.
Lei de Gaga
“Foi uma operação que impediu que um mal muito maior fosse executado” – Felipe Curi, secretário de Polícia Civil do RJ, sobre supostos atentados planejados por grupo durante show da cantora Lady Gaga na cidade. Como dos males o menor, o show seguiu conforme previsto.
“Desde 2008, Lady Gaga vem criando universos nos quais todes somos bem vindes. Esse sentimento de pertencimento ebulia (sic) por toda a praia de Copacabana” – Leonardo Rodrigues, jornaliste. Então aquele cheiro de suor, cerveja quente e banheiro químico entupido era só o pertencimento “ebulindo”.
“Culto a satanás” – Karina Bacchi, criticando show de Lady Gaga no Rio. Ué, teve showmício do Lula também?
Memória
“Se você perceber que no seu provento está tendo algum tipo de desconto que você não autorizou, não vá conversar isso com ele [gerente do banco]. Vá lá conversar com o seu sindicato” – Vilson da Fetaemg, sindicalista e ex-deputado (PSB-MG), em vídeo de novembro de 2024. Quando até o gerente do banco ficaria horrorizado, é porque a coisa foi feia.
Ari Fusevick é brasileiro não-praticante. Escreve sobre filosofia, economia e política, na margem entre o inconcebível e o indesejável. Colabora com a Gazeta do Povo, Newsmax e New York Post. Autor da newsletter “Livre Arbítrio” e do livro “Primavera Brasileira“.
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noticia por : Gazeta do Povo