Durante missa de luto pelo papa, o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, defendeu o legado de Francisco. “Nosso afeto por ele, que está se manifestando nestas horas, não deve permanecer uma simples emoção do momento, devemos abraçar seu legado e torná-lo vida, abrindo-nos à misericórdia de Deus e sendo misericordiosos uns com os outros.”
“(Francisco) nos lembrou que nunca haverá paz sem que reconheçamos o valor do outro, sem atenção aos mais fracos e, acima de tudo, que nunca haverá paz se não aprendermos a perdoar uns aos outros”, afirmou o cardeal.
A missa deste domingo é a segunda dos chamados novendiais, ou nove dias de luto, que ocorrem durante o período de transição até que um novo papa seja eleito. Durante esse período, nove missas são celebradas para o falecido pontífice.
Data para conclave a ser anunciada
Na segunda-feira, os cardeais darão continuidade às reuniões preparatórias para o conclave e poderão anunciar quando a reunião de escolha do próximo pontífice acontecerá.
Decorridos os nove dias, o conclave pode ser convocado num prazo que não pode exceder 20 dias a contar da morte do papa. Dessa forma, é provável que o processo de escolha do sucessor comece entre 5 e 10 de maio.
Cardeais do mundo todo se reunirão então em uma assembleia secreta na Capela Sistina, no Vaticano, sob regras rígidas que começaram a ser desenvolvidas no século 13. O seleto grupo de eleitores fará um juramento em que promete manter segredo sobre a votação e ficará proibido de ter contato com o mundo externo.
O caráter reservado da reunião dificulta uma previsão sobre a duração do pleito, mas a escolha de Jorge Bergoglio para o papado, em 2013, aconteceu pouco mais de 24 horas do início dos rituais. No conclave mais longo da história recente, em 1922, a decisão final demorou 5 dias.
Defesa dos mais pobres
Cerca de 400 mil pessoas acompanharam o funeral, no Vaticano e nas ruas de Roma por onde o caixão seguiu até seu destino final, a Basílica Santa Maria Maior, onde o pontífice foi enterrado em privacidade, na presença de religiosos e de sua família.
Em sua homilia durante o funeral, o cardeal decano Giovanni Battista Re destacou os “inúmeros” esforços de Francisco em defesa dos migrantes e refugiados. Ele deu “atenção especial” aos “últimos da terra, os marginalizados”, enfatizou o cardeal.
Há uma preocupação entre os fiéis sobre quem substituirá o pontífice argentino, cujo papado foi marcado pelo foco nos pobres e migrantes e por um discurso mais aberto às diferenças.
noticia por : UOL