Caiu na conta de Rui Costa a polêmica criada por Lula ao falar em “lenga-lenga” do Ibama na análise da exploração de petróleo na Amazônia.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), principal interessado na medida pelos bilhões que pode gerar, iniciou um movimento para tirar o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) do cargo por não trabalhar pela agenda. Pari passu, começaram as especulações de que o ministro seria demitido na reforma ministerial.
Com a faca no pescoço, Silveira incluiu a exploração na sua agenda e se segurou no cargo com a ajuda do aliado Rui Costa. Desde sempre, os dois agem como dupla. Rui Costa teria convencido o presidente Lula a cobrar do Ibama a liberação dos testes na Foz do Rio Amazonas. A fala de Lula gerou reação pela interferência em um órgão técnico e mais desgaste ao governo numa área em que poderia fazer o contraponto ao bolsonarismo.
Lula, dizem petistas, não teria sido devidamente informado de que, para o Ibama liberar a análise sobre se há realmente petróleo no local, a Petrobras ainda precisa concluir duas etapas: concluir mais um Centro de Atendimento de Fauna, para onde seriam levados os animais caso haja um vazamento de óleo, e levar para o local a sonda que irá simular a operação de vazamento — operação que envolve mais de mil pessoas e a necessidade de raspar o casco.
Um petista disse à coluna que Rui Costa e Alexandre Silveira funcionam hoje como computadores do presidente. São consultados sobre tudo e respondem o que lhes convém. Num evento em Brasília ontem, de lançamento da casa ParlaMento, do grupo Esfera, que reuniu integrantes do Judiciário, Legislativo e Executivo, a avaliação sobre o ministro correu solta.
noticia por : UOL