“Se Trump conseguiu fechar a USAID do jeito que diz, afetando a vida de milhões de pessoas, a AGOA não tem grandes chances de sobreviver”, disse à AFP Neil Diamond, presidente da Câmara de Comércio Sul-Africana nos Estados Unidos. Segundo ele, “seria necessária uma intervenção maciça dos líderes africanos para mudar a visão de Trump”.
Mais otimista, a cientista política Susan Booysen acredita que “se for apenas pura provocação por parte de Trump, como ele sabe fazer, pode terminar a qualquer momento com um ‘Ah! esquece o que eu disse'”, explica à AFP.
Para seu colega Sandile Swana, por outro lado, “Trump está nos levando de volta à idade das trevas”. Elon Musk, que deixou a África do Sul aos 17 anos, “desempenha um papel importante”, ele acredita, e “alguns sul-africanos brancos de alto escalão estão sussurrando coisas no ouvido de Trump que não são verificadas”. Segundo ele, “grupos supremacistas brancos estão ganhando poder e usando-o para impor suas visões conservadoras”, sendo a África do Sul “um alvo fácil”.
Africâners ou americâners?
A lei promulgada em janeiro esclarece o arcabouço legal das desapropriações, sem nenhuma mudança substancial na opinião da maioria dos advogados. Mas cristaliza os medos de uma pequena parte da minoria branca.
O texto permite que o governo sul-africano, como medida de interesse geral, decida sobre desapropriações sem indenização em certas circunstâncias excepcionais em que isso seria “justo e equitativo”, sem maiores detalhes. Durante vários dias, nas redes sociais, muitos sul-africanos de todas as cores de pele expressaram sua indignação ou zombaram das posições americanas.
noticia por : UOL