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Ledur foi julgada e absolvida pela 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar
THIAGO NOVAES
DO REPÓRTER MT
A capitã do Corpo de Bombeiros Izadora Ledur de Souza Deschamps foi absolvida nesta sexta-feira (07) da acusação de maus-tratos contra o aluno Maurício Júnior dos Santos durante um treinamento na Lagoa Trevisan, em 2016. O julgamento foi realizado na 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar.
O juiz de direito Moacir Rogério Tortato concluiu que Ledur deveria ser condenada a dois meses de detenção em regime aberto, mas reforçou que o crime já havia prescrito.
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No entanto, o juiz militar Capitão Lucas Andreo votou pela absolvição de Ledur por insuficiência de provas e foi o voto dele seguido pelos demais juízes militares: Tenente Coronel Edylson Figueiredo Pintel; Tenente Coronel Otoniel Goncalves Pinto; Capitão Heryk Henryk de Deus Pereira.
O julgamento ocorreu nesta sexta, após ser adiado por três vezes. A defesa da capitã argumentou que não há provas de que Maurício foi exposto a perigo de vida, e que por isso, a situação não poderia se encaixar como maus-tratos.
O caso
Durante um dos dias de treinamento, realizado na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, após a execução dos exercícios preliminares, os alunos formaram uma fila e entraram na água sem corda de apoio ou colete salva-vidas.
Em seguida, após percorrer cerca de 40 metros, a vítima começou a sentir câimbras, sendo auxiliada pelos colegas. Ocorre que, já no meio do percurso, a denunciada determinou que os demais alunos seguissem com a travessia, deixando Maurício para trás.
“A partir daí, como forma de aplicar castigo pessoal, a denunciada passou a torturar física e psicologicamente a vítima, quando, além de proferir palavras ofensivas, utilizando a corda da boia ecológica iniciou uma sessão de afogamentos, submergindo-a por diversas vezes”, diz trecho de denúncia.
Ato contínuo, após alguns “caldos”, o ofendido já sem forças para emergir e respirar, depois de ter engolido muita água e gritado por socorro, veio a segurar os braços de Ledur implorando para que ela cessasse a atividade.
No entanto, ela repreendeu o aluno gritando “Você está louco? Aluno encostando em oficial”. E as sessões de afogamento só se encerraram quando a vítima perdeu a consciência. Assim que recobrou a consciência, a militar exigiu aos gritos que ele retornasse para a água.
“Por sentir fortes dores de cabeça, temendo por sua vida, a vítima não retornou às atividades aquáticas”.
FONTE : ReporterMT