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Deputado quer manter proibição de mercadinhos em cadeias.
APARECIDO CARMO
VANESSA MORENO
DO REPÓRTERMT
O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) disse que vai trabalhar para que a Assembleia Legislativa de Mato Grosso mantenha o veto do governador Mauro Mendes (União), no sentido de proibir a existência de mercadinhos em unidades prisionais do Estado.
“Nós somos totalmente contrários a se existir um mercado dentro do sistema prisional. Por mais que exista a lei no nosso código penal que se possa haver comercialização de itens de dentro das carceragens, é impensável que o Governo do Estado deixe faltar alguma coisa, você pode negociar alguma coisa que o governo não forneça, mas o Governo fornece tudo aos presidiários, desde o material de higiene até uniforme. Enfim tudo que eles que eles precisam pra sobrevivência lá dentro”, defendeu Cattani.
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O deputado pontuou que esses comércios são usados por lideranças de facções para aumentar os lucros. Há poucas semanas viralizou nas redes um vídeo em que “Sandro Louco”, apontado pelas autoridades como chefe de uma dessas facções em Mato Grosso, afirma ter lucro mensal de mais de R$ 75 mil.
Cattani destacou ainda que uma penitenciária tem que ser “um lugar horrível” para que os criminosos possam pagar pelos seus crimes. O deputado afirmou não entender como alguém pode pensar que é positivo oferecer “benesses” aos detentos. A fala foi uma resposta ao desembargador Orlando Perri, que é a favor da manutenção dos mercadinhos.
“Eu fico assim até de queixo caído de ver algumas pessoas defendendo que possa ter alguma benesse para esses cidadãos”, afirmou.
Cattani ainda propôs que os presos sejam obrigados a trabalhar como forma de compensar o Estado pelos gastos que possui com as unidades prisionais, mas que esse trabalho não seja contado como forma de diminuir o tempo de permanência nas carceragens.
“Quando você fala em diminuir pena ou de progressão de pena porque ele trabalhou eu acho um absurdo. Muitas vezes a pessoa que foi assassinada, por exemplo teve sua família vilipendiada, o serviço não está acabado, aquele camarada vai sair mais cedo para acabar o serviço que ele começou. Então no meu entendimento nós temos que ter a cadeia como um lugar horrível, como o lugar que ele não queira ir. Aí nós vamos começar a caminhar pelo rumo certo”, concluiu.
FONTE : ReporterMT