Páginas de oposição a Bolsonaro engrossaram as denúncias. Um processo aberto no STF em 25 de outubro partiu de um post da página “Gado Decider”, um perfil no X com 485 mil seguidores que usa inteligência artificial para expor publicações de apoiadores do ex-presidente. Outro caso, aberto no Supremo em 11 de novembro, foi revelado pelo perfil “Pesquisas e Análises Eleições”, uma conta no X de orientação antibolsonarista, com 120 mil seguidores.
Denúncias traziam vídeos ou apenas fotos dos participantes. Um morador de Tupã (SP), Kleber Morandi Gandolfo, viu a mãe de 59 anos ser presa durante a invasão, mas ele não foi detido. No dia seguinte, porém, a página “Gado Decider” publicou uma captura de tela mostrando que Gandolfo estava no ato, o que deu início à investigação. A mãe, Rosemeire Morandi, foi condenada a mais de 17 anos de prisão em abril. O processo contra o filho só começou a tramitar no mês passado.
Defesa de réu fala em “perseguição”. Procurada pelo UOL, a advogada Carolina Siebra afirmou que a mobilização para denunciar os participantes do 8/1 é comparável à ditadura militar e até ao nazismo. “À época dos fatos, os canais da PF receberam muitas denúncias anônimas. Denúncias essas que se assemelham a outras épocas de perseguição. Posso citar a ditadura de 1964 e até, internacionalmente, a época do Hitler, em que faziam denúncias sobre onde os judeus moravam”, afirmou.
Marcas nos palácios
Alguns réus foram identificados por rastros que deixaram na invasão. O UOL identificou dois processos abertos pelo STF, em setembro, contra idosos que perderam o celular durante a manifestação. Os aparelhos foram encontrados no dia seguinte, no prédio do Senado, pelas equipes de limpeza. Outro manifestante, que virou réu em outubro, foi identificado por meio de impressões digitais deixadas no Palácio do Planalto.
noticia por : UOL